-
Original Article
Padrões inflamatórios sistêmicos em pacientes com câncer de ovário: Análise de citocinas, quimiocinas e micropartículas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(12):780-789
11/01/2023
Resumo
Original ArticlePadrões inflamatórios sistêmicos em pacientes com câncer de ovário: Análise de citocinas, quimiocinas e micropartículas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(12):780-789
11/01/2023Visualizações75Ver maisResumo
Objetivo
Comparar os padrões de resposta inflamatória sistêmica em mulheres com câncer epitelial de ovário (CEO) ou sem evidência de doença maligna, bem como avaliar o perfil de respostas inflamatórias sistêmicas em tumores dos tipos 1 e 2. Esta é uma forma não invasiva e indireta de avaliar tanto a atividade tumoral quanto o papel do padrão inflamatório durante as respostas pró- e antitumorais.
Métodos
Ao todo, 56 pacientes foram avaliados prospectivamente: 30 mulheres sem evidência de doença maligna e 26 mulheres com CEO. A quantificação plasmática de citocinas, quimiocinas e micropartículas (MPs) foi realizada por citometria de fluxo.
Resultados
Os níveis plasmáticos das citocinas pró-inflamatórias interleucina-12 (IL12), interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral alfa (tumor necrosis factor alpha, TNF-α, em inglês), interleucina-1 beta (IL-1β), e interleucina-10 (IL-10), e da quimiocina de motivo C-X-C 9 (CXCL-9) e da quimiocina de motivo C-X-C 10 (CXCL-10) foram significativamente maiores em pacientes com EOC do que nos controles. Os níveis plasmáticos da citocina interleucina-17A (IL17A) e MPs derivados de células endoteliais foram menores em pacientes com CEO do que no grupo de controle. A frequência de leucócitos e de MPs derivadas de células endoteliais foi maior nos tumores de tipo 2 do que naqueles sem malignidade. Observou-se um número expressivo de citocinas e quimiocinas inflamatórias/regulatórias nos casos de CEO, além de correlações negativas e positivas entre elas, o que leva a uma maior complexidade dessas redes.
Conclusão
Este estudo mostrou que, por meio da construção de redes compostas por citocinas, quimiocinas e MPs, há maior resposta inflamatória sistêmica em pacientes com CEO e correlação mais complexa desses biomarcadores em tumores de tipo 2.
-
Original Article
Avaliação dos níveis séricos de adiponectina em gestantes adolescentes
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(6):429-435
02/06/2021
Resumo
Original ArticleAvaliação dos níveis séricos de adiponectina em gestantes adolescentes
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(6):429-435
02/06/2021Visualizações60Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar os níveis séricos de adiponectina em gestantes adolescentes entre 30 e 36 semanas de gestação.
Métodos
Estudo prospectivo e transversal incluindo 67 gestantes normais entre 30 a 36 semanas e eutróficas (índice de massa corporal [IMC]: 18,5-25 kg/m2), sendo 36 adolescentes (< 20 anos) e 31 adultas (≥ 20 anos). Os níveis séricos de adiponectina foram avaliados por teste imunoenzimático (ELISA, na sigla em inglês). Para a comparação entre os grupos, utilizou-se os testes t-Student ou Mann-Whitney.
Resultados
As gestantes adolescentes apresentaram significativamente maiores concentrações séricas de adiponectina do que as adultas (p=0,04). Não houve diferenças nos níveis de adiponectina quando comparadas as gestantes adolescentes precoces (< 16 anos) às tardias (≥ 16 anos). Os valores de adiponectina foram subdivididos em3 grupos:<3.000 ng/mL, entre 3.000 e 5.000 ng/mL e>5.000 ng/mL. O peso do recém-nascido foi significantemente maior nas mulheres com>5.000 ng/mL, quando comparadas as com<3.000 ng/mL no grupo das adolescentes. Não foi observada associação entre os níveis de adiponectina e o IMC pré-gestacional, ganho de peso gestacional e a idade gestacional, porém houve relação positiva com o peso do recém-nascido (p=0,0239).
Conclusão
Os valores séricos de adiponectina em gestantes adolescentes entre 30 e 36 semanas de gestação foram maiores do que os das gestantes adultas; contudo, sem diferenças entre gestantes adolescentes precoces e tardias.
-
Original Article
Relação dos níveis de ansiedade e da interleucina 10 em jogadoras de futebol de campo com e sem síndrome pré-menstrual (SPM)
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(11):602-607
01/11/2017
Resumo
Original ArticleRelação dos níveis de ansiedade e da interleucina 10 em jogadoras de futebol de campo com e sem síndrome pré-menstrual (SPM)
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(11):602-607
01/11/2017Visualizações74Ver maisResumo
Objetivo
Investigar o nível de ansiedade e a sua relação com a interleucina 10 (IL-10) em jogadoras de futebol de campo com e sem síndrome pré-menstrual (SPM). A IL-10 é uma citocina anti-inflamatória que modula o humor e a ansiedade.
Métodos
Foram avaliadas 52 jogadoras de futebol de campo eumenorreicas (idade 19.8 ± 4.7 anos). A síndrome pré-menstrual (SPM) e as fases do ciclo menstrual foram determinadas pelo questionário de sintomas (DSR) por 3 meses consecutivos. A concentração da interleucina (IL)-10 foi obtida das amostras de urina coletadas em 4 momentos: nas fases folicular e lútea do ciclo menstrual e antes e depois do jogo, e foi quantificada por citometria de fluxo (Luminex xMAP - EMDMillipore, Billerica,MA, USA). O nível de ansiedade foi determinado pelo questionário de ansiedade de BAI, respondido por todas as atletas nos mesmos momentos das coletas de urina. O teste t de Student, a análise de variância (ANOVA) e a correlação de Pearson com nível de significância de 5% foram utilizados para a análise dos dados.
Resultados
Observou-se 59,6% de SPM nas jogadoras de futebol avaliadas, similar aos dados da literatura. O grupo com SPM possui um estado de ansiedade mais elevado quando comparado ao grupo sem SPM (p = 0,002). A IL-10 apresentou diminuição significante na fase lútea antes do jogo em comparação ao mesmo momento na fase folicular nas jogadoras sem SPM (p < 0,05). A correlação entre a IL-10 e a ansiedade revelou correlação negativa na fase lútea após o jogo no grupo sem SPM (p = 0,02; r = -0,50), bem como correlação positiva na fase lútea após o jogo no grupo com SPM (p = 0,04; r = 0,36).
Conclusão
Os resultados no grupo sem SPM evidenciam provável controle da ansiedade com a contribuição da IL-10. O grupo com SPM; com ansiedade maior que o grupo sem SPM; não teve variação significativa na IL-10, sugerindo dificuldade maior no controle da ansiedade nessas atletas.
-
Original Article
Sedentarismo e alto consumo de carboidratos associados à inflamação crônica de baixo grau na pós-menopausa: um estudo transversal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(7):317-324
01/07/2016
Resumo
Original ArticleSedentarismo e alto consumo de carboidratos associados à inflamação crônica de baixo grau na pós-menopausa: um estudo transversal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(7):317-324
01/07/2016Visualizações77Ver maisResumo
Introdução
A doença cardiovascular é a principal causa de morte em mulheres na pós-menpausa e inflamação está envolvida com o processo de aterosclerose.
Objetivo
avaliar se o padrão alimentar, o perfilmetabólico, a composição corporal e a atividade física estão associados à inflamação crônica de baixo grau, de acordo com os níveis de proteína C-reativa (PCR-us), em mulheres na pós-menopausa.
Métodos
noventa e cinco participantes pós-menopáusicas foram submetidas a avaliações antropométrica, metabólica e hormonal. A ingestão alimentar foi avaliada por meio de questionário de frequência alimentar, a atividade física habitual, com pedômetro digital, e a composição corporal, por bioimpedância elétrica. Pacientes com PCR-us ≥10 mg/L ou em uso de terapia hormonal nos últimos três meses antes do estudo foram excluídas. As participantes foram estratificadas de acordo PCR-us inferior ou ≥3 mg/L. Pacientes com menos de 6 mil passos/dia foram consideradas sedentárias. Para análise estatística foram utilizados teste t de Student, Wilcoxon-Mann- Whitney U ou Qui-quadrado (x
2), além de modelo de regressão logística para estimar a razão de chances para PCR-us elevada.Resultados
participantes com PCR-us ≥3 mg/L apresentaram maior índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura corporal, circunferência da cintura, triglicerídeos, glicose e índice de insulino-resistência (HOMA-IR) (p = 0,01) comparadas às mulheres com PCR-us <3 mg/L. O grupo PCR-us ≥3 mg/L apresentou uma dieta com maior carga glicêmica e menor ingestão de proteínas. A prevalência de sedentarismo e síndrome metabólica foi maior em mulheres com PCR-us ≥3 mg/L (p < 0,01). Após ajuste para idade e tempo de menopausa, a razão de chances para PCR-us ≥3mg/L foi maior nas sedentárias (4,7, intervalo de confiança de 95% [95%CI] 1,4-15,5) e com maior ingestão de carboidratos (2,9, 95%CI 1.1-7,7).
Conclusões
Sedentarismo e alta ingestão de carboidratos foram associados com inflamação crônica de baixo grau e risco cardiovascular em mulheres na pósmenopausa.
-
Revisão
Pré-eclâmpsia: estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(12):609-616
13/04/2010
Resumo
RevisãoPré-eclâmpsia: estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(12):609-616
13/04/2010DOI 10.1590/S0100-72032010001200008
Visualizações40Ver maisPré-eclâmpsia é uma síndrome sistêmica caracterizada por intenso estado inflamatório e antiangiogênico. A fisiopatologia da pré-clâmpsia envolve alterações no processo de invasão trofoblástica, com consequente inadequado suprimento sanguíneo uterino e estresse oxidativo do tecido placentário. As alterações placentárias decorrentes desse processo levam à maior produção de sFlt-1, um receptor solúvel para as moléculas de VEGF e PlGF. O sFlt-1 impede com que VEGF e PlGF realizem suas funções na homeostase endotelial, culminando com disfunção dessas células. De uma maneira geral, os processos inflamatórios, de disfunção endotelial e estresse oxidativo estão interligados e agem de maneira sinérgica. Trabalhos recentes têm demonstrado que elevações nas concentrações séricas de sFlt-1 ocorrem 5 a 6 semanas antes das manifestações clínicas da pré-eclâmpsia. Concomitantemente, observa-se queda nas concentrações séricas de PlGF. Sendo assim, as dosagens séricas de sFlt-1 e PlGF têm sido sugeridas para o diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia. Ademais, os conhecimentos adquiridos a respeito dos fatores antiangiogênicos proporcionam ainda a possibilidade de novas linhas de pesquisa sobre possíveis terapias para a pré-eclâmpsia. Neste artigo, foram revisados os aspectos inflamatórios e antiangiogênicos envolvidos na fisiopatologia da pré-eclâmpsia. Por fim, foram correlacionados esses aspectos com o risco elevado para doenças cardiovasculares apresentado por essas pacientes ao longo de suas vidas.