Resumo
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Descrever o intervalo de referência imunológico e hematológico de gestantes de baixo risco.
Realizou-se uma análise retrospectiva, de um estudo básico e translacional, analisando o perfil hematológico e a imunofenotipagem das células TCD3 + , TCD4 + , TCD8 + , B e natural killer (NK) do sangue periférico de 79 gestantes de baixo risco e de 30 mulheres (controles) do estado de Pernambuco, Brasil.
Não observamos diferenças significativas entre os perfis hematológicos do 2° e 3° trimestres. No entanto, houve redução das células B no 2° (média = 174 x 103 μL; p < 0,002) e no 3° trimestres (160 x 103 μL; p < 0,001), comparado como grupo controle (296 x 103 μL). A mediana das células NK foi menor no 2° (134 x 103 μL; p < 0,0004) e no 3° trimestres (100 x 103 μL; p < 0,0004), comparado com o grupo controle (183 x 103 μL). Porém, o percentual de TCD4+ e de TCD8+ aumentou no 2° e 3° trimestres em relação aos controles (TCD4 + : 2° trimestre = 59%; p < 0,001; 3° trimestre = 57%; p < 0,01; controle = 50%; e TCD8 + : 2° trimestre = 31%; p < 0,001; 3° trimestre = 36%; p < 0,01; controle = 24%).
Mulheres grávidas de baixo risco têm ~ 40% menos células B e NK no sangue periférico em comparação com mulheres não grávidas. Estes parâmetros podem melhorar a assistência à saúde das mães e contribuir para a definição de valores de referência para gestações normais.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(2):54-60
DOI 10.1590/S0100-72032009000200002
OBJETIVO: avaliar características clínicas, patológicas e moleculares de carcinomas mamários em mulheres muito jovens em comparação a tumores de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: foram selecionados 106 casos de câncer de mama de mulheres jovens e 130 casos de mulheres pós-menopausa. Foram analisados dados clínicos (idade ao diagnóstico, estadiamento, ocorrência de metástases, tempo de sobrevida global e livre de doença), anátomo-patológicos (tamanho do tumor, tipo e grau histológico do tumor primário) e marcadores moleculares (receptores de estrógeno e progesterona, HER2, p53, p63, citoqueratinas 5 e 14 e EGFR) com uso da imunoistoquímica empregando microarranjo de tecido. Foi analisada a relação entre as características clínico-patológicas, imunoistoquímicas e de sobrevidas global e livre de doença. RESULTADOS: as pacientes muito jovens apresentaram maior frequência de nuliparidade (p=0,03), maior diâmetro dos tumores (p<0,000), estadiamento clínico mais avançado (p=0,01), maior número de linfonodos positivos (p=0,001) e tumores pouco diferenciados (p=0,004). A maioria das pacientes jovens recebeu tratamento com quimioterapia (90,8%) e radioterapia (85,2%) e em menor proporção com tamoxifeno (31,5%), comparado às mulheres na pós-menopausa. Observamos baixa positividade para o receptor de estrógeno (49,1%; p=0,01) e alta positividade para a proteína HER2 (28,7%; p=0,03) nas mulheres jovens. O fenótipo triplo-negativo foi observado em 29,6% no grupo jovem e em 20% nas mulheres na pós-menopausa. Os tumores de fenótipo basal foram mais frequentes nas mulheres jovens (50%). As metástases sistêmicas ocorreram em 55,3% dos casos nas jovens e em 39,2% nas idosas. As sobrevidas global e livre de doença em cinco anos foram, respectivamente, 63 e 39% para as mulheres jovens e 75 e 67% para o grupo de mulheres na pós-menopausa. CONCLUSÕES: carcinomas mamários de mulheres muito jovens têm características clínicas, patológicas e moleculares mais agressivas quando comparadas às mulheres acima de 50 anos.