Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 11/01/2020;42(12):829-833
As doenças da tireoide são relativamente comuns em mulheres no período reprodutivo. Atualmente, entende-se que distúrbios da tireoide clinicamente evidentes podem prejudicar a ovulação e, consequentemente, a fertilidade. No entanto, não se provou até o presente que níveis séricos altos do hormônio estimulador da tireoide e/ou positividade para anticorpos antitireoidianos estão associados a uma redução na fertilidade, sobretudo na ausência de níveis alterados de tiroxina. Esta revisão narrativa tem como objetivo apresentar dados atuais sobre a associação entre hipotireoidismo subclínico e/ou autoimunidade tireoidiana e resultados reprodutivos.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 21/12/2020;42(11):752-758
Identificar se os efeitos da doença da tireoide durante a gestação e lactação afetam a composição nutricional do leite humano.
Revisão sistemática da literatura científica por meio das bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online/MedLine a fim de avaliar a associação das doenças da tireoide na gestação e na lactação com a composição nutricional do leite humano. Não houve delimitação por período nem por idioma, e as buscas foram finalizadas em março de 2019. Foram aplicados os seguintes descritores: human milk AND thyroid AND composition, utilizando protocolo preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses (PRISMA) para a busca, seleção e extração de dados. De acordo com o fluxograma proposto, a busca bibliográfica resultou em 12 artigos e, destes, quatro foram selecionados.
Os artigos elegidos para a presente revisão foram publicados entre 1976 e 2018. Dois estudos verificaram diferenças significativas na composição nutricional do leite de mães com hipotireoidismo ou excesso de peso em comparação ao grupo controle sem hipotireoidismo. Os estudos demonstraram que a presença da doença levava a modificações na composição nutricional do leite humano, principalmente em relação à maior concentração da gordura.
É de extrema importância que essas mulheres tenham acompanhamento nutricional contínuo a fim de minimizar o impacto dessas morbidades sobre a composição nutricional do leite humano.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 01/05/2017;39(5):224-228
Este estudo analisou a efetividade do hormônio tireoestimulante (TSH) como preditor da resistência insulínica (IR), bem como a associação do TSH com os parâmetros clínicos e metabólicos de mulheres com síndrome do ovário policístico (PCOS) sem hipotireoidismo clínico.
Estudo de corte transversal com inclusão de mulheres com PCOS e sem hipotireoidismo clínico (n =168).
Utilizou-se análise através de curva ROC (Receiver operating characteristic) para determinar o valor de corte para o nível sérico de TSH que poderia maximizar a sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de IR considerada com avaliação da homeostase de resistência insulínica (HOMA-IR) ≥ 2.71. Parâmetros clínicos e metabólicos foram comparados de acordo com o ponto de corte de TSH determinado e com a presença de IR.
Níveis séricos de TSH ≥2.77 mIU/L estiveram associados com o diagnóstico de IR, com sensibilidade de 47.9% e especificidade de 65.3%. Não foram evidenciadas diferenças nos parâmetros clínicos, hormonais e metabólicos quando TSH < 2.77 ou TSH de 2.77 - 10 mIU/L.
Em mulheres com PCOS sem hipotireoidismo, TSH ≥2.77 mIU/L está associado a IR, porém com baixa sensibilidade, mostrando que a dosagem de TSH não é um bom preditor de IR nesta população. Também não se evidenciou alteração clínica ou metabólica que justificasse alteração na investigação desta população. Assim, a resistência insulínica deve ser investigada em todas as mulheres com PCOS, independente dos níveis séricos de TSH.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 03/12/2010;32(7):321-326
DOI 10.1590/S0100-72032010000700003
OBJETIVO: avaliar a associação entre hipotireoidismo e a ocorrência de sintomas depressivos e ansiosos. MÉTODOS: foi realizado um estudo do tipo caso-controle, no período de julho de 2006 a março de 2008, no qual foram incluídas 100 mulheres (50 pacientes com hipotireoidismo primário e 50 controles eutireoidianas) com idade entre 18 e 65 anos. Foram avaliados idade, raça/cor da pele, estado civil, nível educacional, consumo de álcool, situação de trabalho, índice de massa corpórea e estado menopausal. Foram realizadas dosagens de TSH e utilizadas as escalas de ansiedade e de depressão de Beck em todos os casos e controles. O programa utilizado para a análise estatística foi o SPSS, versão 14. O nível de significância adotado foi p<0,05. RESULTADOS: não foram verificadas diferenças significativas entre pacientes com hipotireoidismo primário e controles no que se refere às variáveis demográficas e epidemiológicas. A presença concomitante de ansiedade e depressão foi cinco vezes maior entre os casos do que entre os controles (20 versus 4%; p=0,01). A ocorrência de sintomas ansiosos foi cerca de três vezes maior entre os casos (40%) em relação aos controles (14%) (p=0,003), enquanto a prevalência de sintomas depressivos mostrou-se 75% superior entre casos (28%) quando comparada aos controles (16%) (p=0,15). Neste estudo não foi observada associação entre os níveis de TSH e a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão. CONCLUSÕES: este estudo caso-controle apontou uma maior probabilidade de pacientes com hipotireoidismo apresentarem sintomas ansiosos e depressivos em comparação a controles eutireoidianas. Devido às altas prevalências de hipotireoidismo e depressão observadas na prática clínica, a presença de sintomas depressivos deve ser investigada em pacientes com disfunção tireoidiana e pacientes deprimidos devem ser testados com dosagem do TSH.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 02/05/2007;29(2):96-102
DOI 10.1590/S0100-72032007000200007
OBJETIVO: avaliar os casos com suspeita de puberdade precoce, em relação à classificação diagnóstica e etiológica, atendidos no período compreendido entre os anos de 2000 e 2005. MÉTODOS: foram revisados os prontuários de 58 pacientes com suspeita diagnóstica de puberdade precoce atendidas no período compreendido entre os anos de 2000 e 2005 para análise de dados relevantes. Os critérios de inclusão foram desenvolvimento de mamas e/ou pêlos pubianos antes dos oito anos de idade. As pacientes foram classificadas de acordo com o quadro clínico e os exames complementares em uma das seguintes categorias: puberdade precoce central (PPC), pseudopuberdade precoce, telarca precoce e pubarca precoce. RESULTADOS: dos 58 casos revisados, 28 tiveram diagnóstico de PPC, um de pseudopuberdade precoce, dez de telarca precoce e 19 de pubarca precoce. Todos os casos de PPC foram de origem idiopática, com exceção de uma paciente em que houve ativação do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano secundária a hiperplasia adrenal congênita. Houve um caso com suspeita diagnóstica de pseudopuberdade precoce devido à síndrome de McCune-Albright. Todos os casos de telarca precoce foram de origem idiopática, exceto um caso que foi associado a hipotireoidismo primário. Todos os casos de pubarca precoce foram de origem idiopática. CONCLUSÕES: dentre os casos atendidos com diagnóstico de puberdade precoce no período de cinco anos, o diagnóstico final predominante foi PPC e a grande maioria dos casos foi de origem idiopática, havendo baixa incidência de patologias orgânicas.