Resumo
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O hiperparatiroidismo primário é umdistúrbio endócrino caraterizado pela elevação do cálcio sérico associada a níveis de paratormona elevados ou inapropriadamente normais. O diagnóstico é baseado em análises bioquímicas, e, na gravidez, o exame de imagem de primeira linha é a ecografia cervical. É uma doença rara na gravidez, e pode se apresentar com complicações ameaçadoras de vida, pelo que o seu diagnóstico é desafiante. O tratamento médico disponível é limitado, havendo poucos dados relativos à sua eficácia e segurança na gravidez. A cirurgia é o único tratamento curativo, e pode ser realizada no segundo ou terceiro trimestres. Tem sido descrita uma relação entre hiperparatiroidismo primário e pré-eclâmpsia. Apresenta-se um caso de uma grávida de 27 semanas com pré-eclâmpsia com critérios de gravidade, o que obrigou ao término da gravidez por cesariana. Verificou-se agravamento clínico no período pós-parto, com aparecimento de complicações graves, tais como hipercalcemia grave e pancreatite aguda. Ecograficamente, constataram-se duas massas paratiróideias sugestivas de adenomas da paratiroide. A doente recebeu tratamento médico, e teve melhora apenas após a correção dos níveis de cálcio sérico.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2001;23(7):451-455
DOI 10.1590/S0100-72032001000700007
Objetivos: apresentar três casos recentes de carcinoma de pequenas células hipercalcêmico (CPCH) do ovário atendidos em nossa instituição quanto às suas características clínicas, diagnóstico e evolução pós-tratamento. Métodos: foram obtidos dados dos prontuários médicos arquivados no serviço de arquivo médico e estatística (SAME) com respeito às características epidemiológicas, clínicas e evolução, além de dados histopatológicos obtidos no serviço de anatomia patológica dos três pacientes com diagnóstico de carcinoma de pequenas células hipercalcêmico do ovário. Resultados: as idades quando do diagnóstico foram de 26, 36 e 68 anos. O diâmetro tumoral variou de 8,8 a 23 cm, com média de 14 cm. Todas as pacientes apresentavam hipercalcemia, com cálcio total de 8,9, 10,8 e 16,7 mEq/dL (VN = 8,8 a 10,2) e cálcio iônico de 1,26, 1,27 e 1,21 mEq/dL (VN = 1,12 a 1,23), respectivamente. Todas as pacientes foram submetidas a cirurgia e esquemas de quimioterapia contendo platina. Duas pacientes que receberam quimioterapia adjuvante à cirurgia apresentam-se sem evidência de doença 2 e 18 meses depois. A outra paciente, que teve o diagnóstico inicial de tumor de células da granulosa, recebeu quimioterapia apenas após a recidiva e encontra-se viva com doença 32 meses após o diagnóstico. Conclusão: dentre os indicadores prognósticos de maior importância encontramos: o estádio inicial da neoplasia, a idade, a presença de hipercalcemia, tamanho tumoral, presença de grandes células, tipo de cirurgia realizada e tempo para início do tratamento. O tratamento ideal para o carcinoma de pequenas células do tipo hipercalcêmico permanece desconhecido, devido a múltiplos fatores, como: estadiamento inadequado, múltiplas abordagens e esquemas terapêuticos empregados, dificuldade no diagnóstico histológico inicial e raridade de casos.