Resumo
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Avaliar os fatores associados a miomectomia por histeroscopia completa em um único procedimento e as suas complicações.
Estudo de corte transversal com mulheres submetidas a histeroscopia para exérese de miomas submucosos. As variáveis dependentes foram a miomectomia completa realizada em um tempo cirúrgico único, e a presença de complicações precoces relacionadas ao procedimento.
Analisamos 338 mulheres que foram submetidas a miomectomia histeroscópica. Em 89,05% dos casos, o mioma a ser tratado era único. Quanto à classificação da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Fédération Internationale de Gynécologie et d’Obstétrique, FIGO, em francês), a maioria era de grau 0 (66,96%), seguidos pelos graus 1 (20,54%) e 2 (12,50%). As miomectomias foram completas em 63,31% das mulheres, sendo que os fatores independentemente associados à miomectomia completa foram o diâmetro do maior mioma (razão de prevalência [RP]: 0,97; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,96-0,98) e a classificação FIGO grau 0 (RP: 2,04; IC95%: 1,18-3,52). Foram observadas complicações precoces em 13,01% dos procedimentos (4,44% apresentaram sangramento excessivo durante o procedimento, 4,14%, perfuração uterina, 2,66%, falso pertuito, 1,78%, intoxicação hídrica, 0,59%, laparotomia exploradora, e 0,3%, infecção pósoperatória). O único fator independentemente associado à ocorrência de complicações precoces foi a realização de miomectomia incompleta (RP: 2,77; IC95%: 1,43-5,38).
Nossos resultados mostram que as complicações da miomectomia por histeroscopia podem ocorrer em até 13% dos procedimentos. A chance de ressecção completa é maior em miomas pequenos e completamente intracavitários; mulheres com miomas maiores e com maior grau de penetração miometrial têm maiores chances de desenvolver complicações.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(2):80-85
DOI 10.1590/S0100-72032012000200007
OBJETIVO: Avaliar os resultados clínicos, após seguimento mínimo de 5 anos, de pacientes com sangramento uterino anormal de etiologia benigna que realizaram ablação endometrial, analisando a taxa de sucesso do tratamento em relação ao método, compreendida como satisfação da paciente e melhora do sangramento uterino anormal, bem como complicações tardias, fatores associados e recorrência dos sintomas. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido após período mínimo de 5 anos de cirurgia em pacientes submetidas ao procedimento entre 1999 e 2004. Foram analisados os seguintes dados: faixa etária quando da realização da cirurgia, complicações imediatas e tardias, e fatores associados. Foi utilizado o modelo de regressão logística com cálculo da respectiva Odds Ratio (OR) para se observarem as possíveis associações existentes entre a taxa de sucesso da cirurgia e as variáveis analisadas. RESULTADOS: Cento e quatorze pacientes foram submetidas à ablação endometrial no período de Março de 1999 a Abril de 2004. O tempo mediano de seguimento foi de 82 meses. O modelo de regressão logística permitiu a predição correta do sucesso da ablação endometrial em 80,6%. A idade relacionou-se diretamente com o sucesso do procedimento (OR=1,2; p=0,003) e a ligadura tubária pregressa mostrou relação inversa com o sucesso da ablação endometrial (OR=0,3; p=0,049). Dentre as pacientes com falha terapêutica, 21 (72,4%) foram tratadas com histerectomia. Em uma das pacientes submetidas à histerectomia foi confirmada a presença de hidro-hematossalpinge ao exame anatomopatológico, caracterizando a síndrome da ligadura tubária pós-ablação. CONCLUSÃO: A ablação endometrial tem se mostrado uma opção de tratamento vantajosa, mantendo altos índices de satisfação das pacientes, mesmo em seguimentos a longo prazo A idade quando da ablação endometrial influenciou no sucesso terapêutico e mais estudos são necessários para avaliar os fatores que poderão futuramente influenciar na indicação do procedimento em casos selecionados.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2000;22(5):293-299
DOI 10.1590/S0100-72032000000500007
Objetivo: determinar o papel da histerossonografia na avaliação das anormalidades da cavidade uterina, em pacientes com sangramento uterino anormal, selecionadas previamente pela ultra-sonografia transvaginal. Métodos: foram selecionadas 48 pacientes na menacme e pós-menopausa, portadoras de sangramento uterino anormal e anormalidades da cavidade uterina, diagnosticadas inicialmente pela ultra-sonografia transvaginal. Todas as pacientes se submeteram à histerossonografia e, posteriormente, aos métodos "padrão ouro", a histeroscopia e/ou histerectomia. As histerossonografias foram avaliadas por dois diferentes médicos e os diagnósticos confrontados. Resultados: a histerossonografia mostrou ter alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico das patologias benignas da cavidade uterina. Na presença de pólipo a sensibilidade e a especificidade do método foram, respectivamente, de 100 e 97%, seguido do mioma submucoso cuja sensibilidade e especificidade foram, respectivamente, de 83 e 100%. Já na hiperplasia endometrial e no endométrio normal a sensibilidade e especificidade foram de 100%. Diagnosticamos 33 casos de pólipos, 13 casos de miomas submucosos, quatro casos de hiperplasia endometrial e três casos normais na análise dos métodos "padrão ouro". Houve alta correlação entre os diagnósticos dados pelos dois examinadores. Conclusões: a histerossonografia mostrou ser um exame reprodutível, com alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico das patologias benignas da cavidade uterina em pacientes com sangramento uterino anormal.