Resumo
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Avaliar a presença de depressão, violência doméstica e uso de substâncias em gestantes com história de perdas gestacionais de repetição.
Foram utilizados os instrumentos: Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), Abuse Assessment Screen (AAS), além de um questionário com dados sociodemográficos e clínicos elaborado pelos investigadores. As variáveis que apresentaram associação com depressão na análise bivariada (p < 0,10), tais como número de abortos e violência durante a vida, entraram no modelo de regressão logística.
Foram entrevistadas 46 pacientes, sendo encontrada uma prevalência de depressão de 41,3% (intervalo de confiança [IC] de 95% 1/4 28,3-55,7%). Com relação à violência contra a mulher, um terço das gestantes (32,6%) foi vítima de violência emocional ou física pelo seu parceiro ou por alguém próximo a elas. O abuso e/ou dependência de tabaco estava presente em 13% das gestantes, segundo o ASSIST. Na análise bivariada, observou-se uma associação significativa entre histórico de doença psiquiátrica e depressão em mulheres com abortamento de repetição (p 1/4 0,005). Observamos também uma tendência de associação entre depressão, número de abortos (p 1/4 0,071) e histórico de violência durante a vida (p 1/4 0,073) .
Depressão é uma doença frequente entre as gestantes com abortamento de repetição. A sobreposição entre depressão, violência doméstica e uso de substâncias aponta para a necessidade do rastreio sistemático dessas condições no pré-natal de gestantes com perdas gestacionais de repetição.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(11):490-496
DOI 10.1590/S0100-72032013001100003
OBJETIVO: Foi avaliar a frequência e os fatores de risco de quedas em mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: Estudo clínico, transversal, envolvendo 358 mulheres (idade entre 45 e 65 anos e amenorreia >12 meses) com tempo de pós-menopausa <10 anos. Os critérios de exclusão foram: doença neurológica ou músculo esquelético, vestibulopatias, hipertensão arterial não controlada, hipotensão postural, déficit visual sem correção, uso de medicamentos (sedativos e hipnóticos). A queda foi definida como mudança de posição inesperada, não intencional, que faz com que o indivíduo permaneça em nível inferior à posição inicial. Foram analisados o histórico de quedas (últimos 24 meses) e as características clínicas, antropométricas (índice de massa corpórea (IMC) e circunferência da cintura (CC)) e densidade mineral óssea. Na comparação segundo grupo de mulheres com e sem histórico de queda, foi empregado o Teste do Qui-quadrado ou Exato de Fisher e regressão logística com cálculo do odds ratio (OR). RESULTADOS: Entre as mulheres incluídas, 48,0% (172/358) referiram queda, com fratura em 17,4% (30/172). A queda ocorreu dentro de casa em 58,7% (101/172). A média de idade foi 55,7±6,5 anos, tempo de menopausa de 5,8±3,5anos, IMC 28,3±4,6 kg/m² e CC 89,0±11,4 cm. Foi observada maior frequência de tabagismo e diabetes entre as mulheres com histórico de quedas quando comparadas àquelas sem queda, de 25,6 versus 16,1% e 12,8 versus 5,9%, respectivamente (p<0,05). Na análise multivariada em função das variáveis clínicas influentes, o risco de queda aumentou com o tabagismo atual (OR 1,93; IC95% 1,01-3,71). Demais variáveis clínicas e antropométricas não influenciaram no risco de queda. CONCLUSÕES: Em mulheres na pós-menopausa inicial houve expressiva frequência de quedas. O tabagismo foi indicador clínico de risco para queda. Com o reconhecimento de fatores determinantes para queda, medidas preventivas são importantes, como a orientação de abolir o tabagismo.