Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(9):529-534
23/10/2020
O objetivo do presente estudo foi analisar a influência da corionicidade nos parâmetros biométricos comprimento craniocaudal, peso ao nascimento, discordância de comprimento craniocaudal e discordância de peso ao nascimento, determinar a correlação entre estes dois últimos caso haja discordância intergemelar e analisar a influência da corionicidade na presença destas discordâncias com relevância clínica (> 10% e > 15%, respectivamente).
O presente estudo foi um estudo retrospectivo baseado na base de dados de gestações gemelares do Centro Hospitalar S. João (2010-2015), incluindo 486 fetos de 66 gestações monocoriônicas e 177 dicoriônicas. Os critérios de inclusão foram gestações múltiplas de 2 fetos e gestações gemelares saudáveis. Os critérios de exclusão foram gestações tricoriônicas ou de corionicidade inconclusiva, gestações múltiplas com ≥ 3 fetos e gestações gemelares patológicas.
Não se encontrou diferença estatisticamente significativa no peso ao nascimento (p =0,09) e sua discordância (p = 0,06) nem no comprimento craniocaudal (p = 0,48) e sua discordância (p = 0,74) entre gestações monocoriônicas e dicoriônicas. Considerando todas as gestações, as discordâncias de comprimento craniocaudal e peso ao nascimento foram correlacionadas pela reta de regressão “discordância de peso ao nascimento = 0.8864 x discordância de comprimento craniocaudal + 0.0743,” com r2 = 0,1599. A discordância de comprimento craniocaudal > 10% descobriu-se em 7.58% das gestações monocoriônicas e em 13.56% das dicoriônicas. A discordância de peso ao nascimento > 15% detectou-se em 16.67% das gestações monocoriônicas e em 31.64% das dicoriônicas.
Não se identificou influência estatisticamente significativa no peso ao nascimento e sua discordância, bem como no comprimento craniocaudal e sua discordância. A discordância de peso ao nascimento correlacionou-se com a discordância de comprimento craniocaudal em 20% dos casos.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(5):216-221
01/05/2015
DOI 10.1590/SO100-720320150005272
Comparar os resultados obstétricos de gestações gemelares induzidas com as
concebidas espontaneamente, em partos ocorridos antes da 32ª semana de idade
gestacional.
Estudo prospectivo de gestações gemelares (25 induzidas e 157 concebidas
espontaneamente) desenvolvido durante um período de 16 anos num centro terciário
de Obstetrícia. Foram comparados fatores demográficos, complicações obstétricas,
idade gestacional no parto, tipo de parto, peso ao nascer e o outcome imediato do
recém-nascido.
A análise das seguintes complicações obstétricas: infecções urinárias ou outras,
distúrbios hipertensivos da gravidez, diabetes gestacional, malformações fetais,
morte fetal intrauterina, restrição de crescimento intrauterino e crescimento
intrauterino discordante não revelou diferenças estatísticas significativas entre
os dois grupos. No grupo das gestações induzidas, observou-se maior taxa de
metrorragias do 1º trimestre (24 versus 8,3%, p=0,029). A taxa de cesariana foi de
52,2% nas gestações espontâneas e 64% nas gestações induzidas. Idade gestacional
no parto, peso ao nascer, índice de Apgar no primeiro e quinto minutos,
internamento em unidade de cuidados intensivos neonatal e complicações puerperais
não apresentam diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos.
Esses resultados foram independentes do tipo de placentação e método de indução.
O modo de concepção não influenciou os resultados obstétricos e neonatais. Embora
as gestações induzidas tenham maior risco de metrorragias do primeiro trimestre,
não foram observadas diferenças significativas em relação a outras complicações
obstétricas, complicações puerperais e em relação aos resultados neonatais.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(2):94-98
15/03/2010
DOI 10.1590/S0100-72032010000200008
As gestações gemelares monoamnióticas são muito raras, mas estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade fetais. Há várias controvérsias em relação ao seguimento e conduta obstétrica diante do diagnóstico pré-natal de entrelaçamento de cordões umbilicais. Neste artigo, descrevemos um caso de gestação monoamniótica com diagnóstico de cordões entrelaçados e discutimos aspectos relacionados ao seguimento e à conduta por meio de uma breve revisão da literatura.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(7):416-423
06/12/2006
DOI 10.1590/S0100-72032006000700007
A gemelaridade imperfeita é entidade bastante rara e de grande interesse para fetólogos e obstetras em geral. Sua incidência estimada varia de 1:50.000 a 1:200.000 nascimentos. Seu diagnóstico precoce se faz necessário, tendo em vista sua importância para o prognóstico da gestação, correta determinação da via de parto e o planejamento pós-natal. Os dois casos relatados são de gêmeos unidos diagnosticados no pré-natal através da ultra-sonografia e ressonância nuclear magnética, para estudo do compartilhamento dos órgãos e melhor definição das relações anatômicas. O primeiro par gemelar foi cefalópago, ou seja, unidos pela cabeça, tórax e abdome, com duas pelves e oito membros. O segundo foi toracópago, ou seja, unidos pelo tórax e abdome superior. A ressonância magnética pouco contribuiu para o diagnóstico de gêmeos unidos. Entretanto, se mostrou de grande auxílio na descrição dos órgãos compartilhados entre os fetos, contribuindo na definição do prognóstico fetal.