Resumo
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Avaliamos a consistência interna, a confiabilidade teste-reteste e a validade de critério do questionário FSFI-6 para a população brasileira no pós-parto.
Foram aplicados questionários em 100 mulheres sexualmente ativas no pós-parto. O coeficiente alfa de Cronbach foi utilizado para avaliar a consistência interna. A confiabilidade teste-reteste foi analisada pelo Kappa para cada item do questionário e pelo teste paramétrico de Wilcoxon, comparando-se os escores totais de cada avaliação. Para avaliar a validade de critério, o FSFI foi utilizado como padrão-ouro e a curva característica de operação de receptor (ROC, na sigla em inglês) foi construída. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o software IBM SPSS Statistics for Windows, versão 21.0 (IBM Corp., Armonk, NY, USA).
Os resultados da confiabilidade teste-reteste foram satisfatórios. O FSFI-6 apresentou uma excelente validade discriminante (área sob a curva [AUC, na sigla em inglês] = 0,926). Considera-se presente a disfunção sexual se o escore geral do FSFI-6 for < 21, com sensibilidade de 85,5%, especificidade de 82,2%, razão de verossimilhança positiva de 4,81 e razão de verossimilhança negativa de 0,18.
Concluímos que a versão em português do FSFI-6 se mostrou válida para uso em mulheres no pós-parto.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(4):182-188
DOI 10.1590/S0100-72032009000400005
OBJETIVO: observar o impacto da obesidade e de outros fatores de risco sobre a taxa de falha das pacientes submetidas à cirurgia de Burch para tratamento da incontinência urinária. MÉTODOS: estudo de casos de pacientes submetidas à cirurgia de Burch no período de 1992 a 2003. As pacientes foram avaliadas no momento da segunda consulta pós-operatória (66 dias em média) e com um ano de acompanhamento, e classificadas em dois grupos: Continentes e Não Continentes. As variáveis analisadas foram: idade, paridade, índice de massa corpórea (IMC), tempo de menopausa, tempo de terapia de reposição hormonal, avaliação urodinâmica, história de infecção do trato urinário, cirurgia prévia para incontinência urinária, diabetes, cistocele e prolapso uterino, tempo de internação, necessidade de autossondagem, micção espontânea no pós-operatório e ferida operatória. Os dados foram analisados com o pacote estatístico Statistical Package for Social Sciences 14.0. Foram utilizados o teste τ de Student ou Mann-Whitney, para comparação das variáveis contínuas, e os testes exato de Fisher e χ2, para variáveis categóricas (p<0,05). RESULTADOS: no momento da segunda avaliação pós-operatória, não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto às variáveis analisadas. Com um ano de seguimento, de um total de 97 pacientes, 81 apresentavam-se continentes e 16, não continentes, sendo o IMC e a altura diferentes entre os grupos. No Grupo Continente, o IMC médio foi 27,1 e a altura de 1,57 m e, no Não Continente, 30,8 (p=0,02) e 1,52 m (p=0,01). A Odds Ratio para IMC>30 foi 3,7 (IC95%=1,2-11,5). CONCLUSÕES: a obesidade mostrou-se um importante fator de risco para a falha da cirurgia no primeiro ano de acompanhamento. Os resultados demonstram que pacientes com IMC>30 têm chance 3,7 vezes maior de apresentarem-se não continentes após um ano da cirurgia de Burch em relação às não obesas.