Resumo
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A esterilização feminina é um procedimento cirúrgico que auxilia as mulheres na paragem permanente de utilização de métodos contraceptivos. Os objetivos desde estudo foram comparar a aplicabilidade, complicações e eficácia da salpingectomia vs. eletrocoagulação e secção tubar na esterilização feminina em regime de ambulatório.
Realizou-se um estudo retrospectivo e observacional que incluiu mulheres submetidas a procedimentos de esterilização por laparoscopia no Serviço de Cirurgia de Ambulatório da ULSAM, durante três anos. A análise estatística foi realizada com recurso ao SPSS, aplicando o teste exato de Fisher, o teste de Mann-Whitney e Regressão Linear.
Foram realizados 221 procedimentos cirúrgicos por laparoscopia, incluindo 79 (35,7%) salpingectomias totais bilaterais e 142 (64,3%) procedimentos por eletrocoagulação e secção tubar bilateral. A maioria dos procedimentos foram realizados por um interno de formação específica (n = 162; 73,3%), com 40% (n = 33) de salpingectomias. O tempo operatório foi significativamente inferior no grupo da eletrocoagulação (42,2 vs. 52,7 min, p < 0,001). Em relação à segurança e à eficácia não se observaram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos, com um caso de gravidez após eletrocoagulação e secção tubar.
A salpingectomia é uma alternativa segura e com alta taxa de eficácia quando comparada com eletrocoagulação e secção tubar.
Resumo
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Mulheres necessitam de contracepção até atingirem a menopausa. Os contraceptivos reversíveis de longa duração e o acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) são ótimas opções para substituir possíveis esterilizações.
Avaliar a relação entre o uso de contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs) e AMPD com terminações atribuídas à menopausa e a esterilizações em uma clínica brasileira.
Revisamos os registros de mulheres entre 12 e 50 anos de idade atendidas em clínica e que escolheram usar LARC ou AMPD. Índices de terminação acumulada devido à esterilização ou à menopausa foram computados usando análise de tabela de vida durante 32 anos. Também examinamos todos os registros de cirurgias de esterilização em nosso hospital no período de 1980 a 2012.
Trezentas e trinta e duas mulheres usaram continuamente o mesmo contraceptivo até a menopausa, e 555 mulheres não deram continuidade ao método pelo fato de elas ou seus parceiros terem se submetido à esterilização. De 20 a 30 anos de uso, usuários de sistema intrauterino de levonorgestrel, dispositivo intrauterino de cobre e AMPD apresentaram tendência de maiores índices de descontinuidade devido à menopausa quando comparados a índices de descontinuidade devido à esterilização. No período de estudo, ocorreu um declínio acentuado no uso de esterilização.
Nos últimos 15 anos do estudo, foi observada uma tendência na qual mulheres optaram mais por continuar usando LARC ou AMPD até a menopausa do que pela esterilização própria ou de seus parceiros. O número anual de esterilizações caiu no mesmo período. O uso de LARC e AMPD até a menopausa é uma opção importante para evitar a esterilização, que exige um procedimento cirúrgico com potenciais complicações.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(7):388-396
DOI 10.1590/S0100-72032006000700003
OBJETIVO: investigar os fatores determinantes da alta incidência do parto cesáreo e a sua inter-relação com a esterilização. MÉTODOS: a pesquisa é parte de estudo multicêntrico sobre saúde reprodutiva no Brasil, realizado de 1998 a 2000, que incluiu os estados do Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Caracterizou-se como longitudinal prospectivo, no qual foram entrevistadas mulheres, provenientes do serviço público e do privado, em três momentos: no início da gravidez (até a 22ª. semana de gestação), no final (entre 30 e 40 dias antes da data provável do parto) e após o nascimento do bebê (entre 15 e 45 dias pós-parto). As entrevistadas deveriam satisfazer aos critérios de elegibilidade: ter entre 18 e 40 anos e residir e ter o filho no município de Natal. Foram realizadas 433 entrevistas no primeiro momento, 380 no segundo e 269 no terceiro. Os dados foram submetidos ao teste x² a uma significância de alfa=5%, para comprovação da associação entre as variáveis anos de estudo (de 0 a 8 e 9 ou +) e as variáveis representativas da saúde reprodutiva. RESULTADOS: das entrevistadas que tiveram seguimento (269), 119 tiveram parto por cesárea (55% do setor privado), sendo 45% previamente marcadas e 60% delas dias antes do parto. Os resultados revelaram relação estatisticamente significante (p<0,05) entre a escolaridade e as variáveis paridade, serviço procurado, classe social, estarem trabalhando e consultas de pré-natal. Assim, ficou demonstrado que a maior escolaridade predomina entre aquelas mulheres provenientes do serviço privado, de classe social mais elevada e com maior número de consultas de pré-natal. Embora sem significância estatística, observou-se para as mulheres desse serviço uma maior realização do parto cesáreo, provavelmente pela facilidade da interação entre o médico e a paciente, quando o desejo pela cesárea é frustrado para 43% daquelas provenientes do serviço público, bem como o desejo para fazer uma ligadura de trompas na hora do parto (57%). CONCLUSÕES: esses resultados mostraram os grandes diferenciais existentes entre as categorias público e privado, demonstrando um claro favorecimento do setor privado, e que a prática obstétrica no Brasil, precisa mudar e melhorar, tanto entre aquelas mulheres com acesso ao serviço privado, que conseguem a realização da cesárea sem consistentes indicações médicas, quanto entre as mulheres com acesso ao serviço público, que enfrentam dificuldades para realização desse procedimento, mesmo com procedentes indicações médicas, de modo a proporcionar igualdade no direito reprodutivo dessas mulheres.