Resumo
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Melhorar as condições de infraestrutura do laboratório de fertilização in vitro, com influência na qualidade do ar, tem efeitos positivos profundos na qualidade do embrião. As más condições ambientais do ar reduzem a taxa de sucesso na formação de embriões e a taxa de gravidez. Este artigo de revisão apresenta importantes publicações sobre o impacto da qualidade do ar dentro do laboratório de reprodução humana na qualidade do embrião, no sucesso de gravidez e no número de nascidos vivos. Os estudos demonstram que a troca do sistema de filtração de ar melhora significativamente a qualidade do ar ambiente, e consequentemente, melhora os parâmetros laboratoriais, tais como a taxa de fertilização, o número de blastocistos, a taxa de implantação e o número de nascidos vivos. Por outro lado,amelhora da qualidade do ar diminui o número de abortos. Portanto, os parâmetros ambientais que melhoram a qualidade do embrião e aumentam as taxas de nascimentos de crianças saudáveis devem ser os principais alvos para o controle de qualidade do laboratório de reprodução assistida.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(11):665-671
DOI 10.1590/S0100-72032005001100006
OBJETIVO: estabelecer quais as características que definem um embrião como inviável, tornando-o passível de doação para pesquisa com células-tronco. MÉTODOS: avaliação retrospectiva de ciclos de fertilização in vitro realizados entre janeiro de 1995 a 2005. Foram selecionados ciclos nos quais se transferiram para a cavidade uterina embriões com classificações morfológicas iguais entre si. Desta forma, avaliaram-se as taxas de gravidez, implantação e involução de sacos gestacionais dos embriões frescos e criopreservados, distribuídos em grupos, de acordo com sua morfologia. Foram considerados embriões tipo A aqueles simétricos e sem fragmentação; tipo B, assimétricos ou com até 25% de fragmentação; tipo C, com 25 a 50% do seu volume ocupado por fragmentos, e tipo D, aqueles com 50% ou mais de fragmentação. Para as análises estatísticas utilizaram-se os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. RESULTADOS: em 87 ciclos foram transferidos 172 embriões tipo D, obtendo-se 11% de gravidez, embora somente metade dos embriões inicialmente implantados manteve sua evolução. Já embriões de mesma morfologia quando criopreservados, após descongelamento, não mostraram capacidade evolutiva, apresentando, a partir da transferência de 113 embriões em 36 ciclos, somente uma implantação, perfazendo uma diminuta taxa de 3% de gravidez. A única gestação obtida involuiu antes da 12ª semana de gestação. CONCLUSÃO: embriões de baixos escores morfológicos não podem ser considerados inviáveis por serem capazes, embora com uma freqüência muito baixa, de promoverem gestação. Mas estes mesmos embriões, quando criopreservados e posteriormente transferidos após descongelamento, mostraram taxa de gravidez irrisória, além de não resultarem em gravidez viável. Logo, quando extranumerários, os embriões tipo D não deveriam ser criopreservados, podendo então, ao invés de serem descartados, ser doados para pesquisa de células-tronco embrionárias.