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Original Article
Dispositivo intrauterino pós-placentário: Aceitação, motivos de recusas e propostas de ações que ampliem sua prática
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(3):172-177
24/05/2021
Resumo
Original ArticleDispositivo intrauterino pós-placentário: Aceitação, motivos de recusas e propostas de ações que ampliem sua prática
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(3):172-177
24/05/2021Visualizações93Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar a taxa de aceitação do dispositivo intrauterino pós-placentário (DIUPP); os motivos de recusa e propor medidas que aumentem sua aceitação.
Métodos
Estudo de corte transversal realizado no Hospital daMulher da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. O DIUPP foi oferecido amulheres admitidas em trabalho de parto que não apresentavam: infecções,malformação uterina, gravidez gemelar, parto prematuro e com idade mínima de 18 anos. Em caso de recusa, perguntou-se o motivo, e as respostas foram agrupadas em informações equivocadas sobre contracepção ou outros motivos. Considerou-se informação equivocada: medo de dor, sangramentos, falha da contracepção e prejuízo da fertilidade. Análises bivariadas foram realizadas.
Resultados
Entre 241 mulheres, a taxa de recusa foi de 41,9%. A desinformação correspondeu a 50,5% de todos osmotivos de recusa, que foram:medo da dor (39,9%); medo da falha da contracepção (4,9%); medo de sangramento (3,9%), medo de o dispositivo intrauterino (DIU) prejudicar a fertilidade (1,9%). Outros motivos de recusa atingem 49,5%. Parturientes com idade entre 18 e 27 anos recusaram o PPIUD com mais frequência devido a desinformação (67,4%), e as mais velhas (com idade entre 28 e 43 anos) recusaram com frequência devido a outros motivos (63,6%) (p=0,002). Houve diferença entre a idade média de quem recusou o PPIUD por desinformação (27,3 ± 6,4 anos) em comparação com outras razões (29,9 ± 5,9 anos), (p=0,017). Além disso, ambos os grupos apresentaram altas taxas de recusa por desinformação, de 67,4 e 36,4%, respectivamente.
Conclusão
A recusa do DIUPP foi alta, principalmente entre as mulheres jovens e por desinformação. Diante disso, é necessário o desenvolvimento de medidas educativas durante o pré-natal e aconselhar as mulheres sobre contracepção, saúde reprodutiva e gravidez indesejada.
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Original Articles
Inserção de dispositivo intrauterino durante a cesárea em mulheres sem aconselhamento contraceptivo pré-natal: lições de um país com elevada taxa de cesárea
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(8):485-492
16/09/2019
Resumo
Original ArticlesInserção de dispositivo intrauterino durante a cesárea em mulheres sem aconselhamento contraceptivo pré-natal: lições de um país com elevada taxa de cesárea
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(8):485-492
16/09/2019Visualizações51Resumo
Objetivo
O momento da admissão para o parto pode ser considerado inapropriado para oferecer o dispositivo intrauterino (DIU) para mulheres sem aconselhamento contraceptivo pré-natal. Entretanto, em países com elevadas taxas de cesáreas e aconselhamento contraceptivo deficiente, essa estratégia pode reduzir o risco de gestações não programadas e cesáreas repetidas.
Métodos
Estudo de coorte envolvendo 100 mulheres sem aconselhamento contraceptivo pré-natal. A inserção de DIU pós-dequitação foi oferecida após a admissão para o parto e indicação de cesárea. As taxas de continuidade com o DIU, perfuração uterina e endometrite foram avaliadas após 6 semanas e 6 meses, e a proporção de mulheres que continuaram com o DIU após 6 meses foi analisada em relação ao número de cesáreas prévias.
Resultados
Noventa e sete mulheres completaram o seguimento. A taxa de permanência do DIU foi de 91% em 6 semanas e 83,5% em 6 meses. A taxa de expulsão/ remoção nas primeiras 6 semanas foi não foi diferente daquela observada entre 6 emanas e 6 meses (9 vs 9,1%, respectivamente). Houve dois casos de endometrite (2,1%), e nenhum caso de perfuração uterina. Entre as 81mulheres que permaneceram como DIU após 6 meses, 31% haviam sido submetidas a apenas uma cesárea, em que o DIU foi inserido, 44% a 2, e 25% a 3 ou mais cesáreas.
Conclusão
Dois terços das mulheres que continuaram com o DIU após 6 meses haviam sido submetidas a 2 ou mais cesáreas. Considerando que oferecer a tentativa de parto vaginal após duas oumais cesáreas prévias é incomum, é possível que a oferta do DIU na admissão para o parto possa reduzir o risco de cesáreas repetidas e de seus riscos associados.
Palavras-chave: aconselhamento contraceptivo pré-natalCesáreacontinuidade do dispositivo intrauterinodispositivo intrauterinoinserção de dispositivo intrauterino pós-dequitaçãoVer mais