Resumo
. ;:26-34
Validar o construto e o critério do Questionário para Avaliação da Sexualidade Feminina após a Menopausa (QSFM).
Estudo metodológico de validação de questionário incluiu mulheres na pósmenopausa. A validade de construto foi testada pormeio da análise fatorial e a validade de critério foi realizada por meio da correlação entre o QSFM e o Índice de Função Sexual Feminina (FSFI). A Curva ROC foi utilizada para verificar sensibilidade, especificidade e determinar o ponto de corte do QSFM.
Foram avaliadas 181 mulheres, com idade média de 56,4 ± 5,7 anos. A análise fatorial exploratória mostrou que o QSFM apresentou teste de Kaiser = 0,88 e χ2 = 3293,7 (p < 0,001), comunalidades ≥ 0,5 com extração de nove fatores com autovalor ≥ 1; explicando 66,3% da variância total. O QSFM apresentou cargas fatoriais entre 0,4 e 0,8. Uma forte correlação entre os dois questionários (r = 0,79; p = 0,000) foi demonstrada. O ponto de corte do QSFM foi ≤ 55,5, assumindo sensibilidade de 87,9% e especificidade de 78,9% (p < 0,001).
Como o QSFM demonstrou uma forte concordância com o questionário FSFI, ele apresentou boas propriedades psicométricas para avaliar a sexualidade em mulheres na pós-menopausa. Com base nesses resultados, o QSFM pode ser amplamente utilizado como um instrumento específico para examinar a função sexual em mulheres na pós-menopausa. Estudos futuros são necessários para examinar o instrumento QSFM em diferentes populações.
Resumo
. ;:140-146
Estudar os efeitos doTribulus terrestris na função sexual demulheres após a menopausa.
Ensaio clínico, prospectivo, randomizado, duplo-cego, placebo controlado, com 60 mulheres após a menopausa com disfunção sexual, divididas em dois grupos: Grupo Placebo e Grupo Tribulus, avaliadas através dos questionários Quociente Sexualversão Feminina (QS-F) e Female Intervention Efficacy Index (FIEI).
Não houve diferença significante entre os grupos quanto à idade, idade de menopausa, estado civil, raça e religião. Na avaliação do questionário QS-F houve diferença significante entre os grupos Placebo (7,6±3,2) e Tribulus (10,2±3,2) nos aspectos desejo e interesse sexual (p d" 0,001), preliminares (3,3±1,5 versus 4,2±1,0) (p d" 0,01), excitação da mulher e sintonia com o parceiro (5,7±2,1 versus 7,2±2,6) (p d" 0,01) e no aspecto conforto na relação sexual (6,5±2,4 versus 8,0±1,9) (p d" 0,01). O aspecto orgasmo e satisfação sexual não houve diferença significante entre o Grupo Placebo e Tribulus (p = 0,28). No questionário FIEI houve melhora significante (p < 0,001) na lubrificação vaginal durante o coito e/ou preliminares (20 versus 83,3%), na sensação nas genitálias durante a relação sexual ou outros estímulos (16,7 versus 76,7%), na sensação na área genital (20 versus 70%), nas relações sexuais e/ou outras estimulações sexuais (13,3 versus 43,3%) e na capacidade de ter orgasmo (20% versus 73,3%). Quanto aos efeitos colaterais não houve diferença significante entre os dois Grupos.
Após noventa dias, podemos concluir que o Tribulus terrestris nas doses utilizadas demonstrou ser efetivo no tratamento das queixas sexuais dasmulheres após a menopausa.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(11):484-488
DOI 10.1590/S0100-720320140004952
Avaliar a função sexual de mulheres submetidas a técnicas de reprodução assistida.
Estudo caso-controle com 278 mulheres atendidas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás nos serviços de Reprodução Humana e no Ambulatório de Ginecologia. As mulheres foram distribuídas em grupo caso (168 mulheres inférteis) e grupo controle (110 mulheres férteis), e responderam ao questionário Índice de Função Sexual Feminina (IFSF) para avaliação da função sexual. Calculou-se a odds ratio (OR)para a chance de disfunção sexual nas mulheres inférteis (p<0,05).
Do total de mulheres analisadas, 33,09% apresentaram disfunção sexual e não houve diferença no escore do IFSF (p=0,29). A prevalência de disfunção sexual entre as mulheres inférteis foi de 36,30%, e entre as férteis, 28,18%; contudo, não houve diferença entre os escores do IFSF (p=0,36). Nos domínios desejo e excitação houve diferença significativa nas mulheres inférteis (p=0,01). Mulheres inférteis apresentam a mesma chance de disfunção sexual em relação às mulheres férteis (OR=1,4; IC95% 0,8–2,4; p=0,2).
Não houve diferenças entre as mulheres inférteis quando comparadas às férteis. Mulheres inférteis submetidas a técnicas de reprodução assistida carecem da abordagem profissional sobre a saúde sexual em relação ao desejo e à excitação.
Resumo
. ;:205-209
DOI 10.1590/S0100-72032013000500003
OBJETIVO: Pesquisar o impacto da gestação na função sexual feminina. MÉTODOS: Foi realizado um estudo analítico, do tipo transversal, com 181 mulheres não gestantes e 177 gestantes. Foram incluídas mulheres com idade entre 18 e 45 anos, gestantes e não gestantes, na pré-menopausa, sexualmente ativas e com parceiro fixo e excluídas aquelas em uso de antidepressivos ou com diagnóstico de depressão. Dessas, 11 (6,2%) encontravam-se no primeiro trimestre; 50 (28,2%), no segundo e 116 (65,5%), no terceiro. A avaliação se deu por entrevista na qual foi aplicado o Índice de Função Sexual Feminina (IFSF). Os dados foram analisados através do programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 16.0. Para a comparação entre as médias do IFSF entre gestantes e não gestantes, utilizou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney. RESULTADOS: A disfunção sexual entre gestantes foi de 40,4% e entre não gestantes de 23,3%, sendo significativa a diferença entre os escores dos grupos estudados (p=0,01). Também foi significativa (p<0,0001) a diferença entre as médias globais do IFSF entre os grupos. Foram observadas diferenças significativas entre gestantes e não gestantes no tocante aos escores dos domínios desejo (p<0,0001), excitação (p=0,003), lubrificação (p=0,02), orgasmo (p=0,005) e satisfação (p=0,03). O mesmo não foi observado no domínio dor. CONCLUSÃO: Diante dos resultados, concluímos que a gestação influencia negativamente a função sexual feminina, particularmente nos domínios desejo e excitação, revelando a importância da abordagem do tema pelos profissionais que lidam com gestantes.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(5):234-240
DOI 10.1590/S0100-72032010000500006
OBJETIVO: avaliar o efeito do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) sobre as disfunções sexuais femininas. MÉTODOS: para esse ensaio clínico com abordagem antes e depois, foram incluídas 26 mulheres que apresentavam diagnóstico de disfunção sexual (transtorno de desejo sexual, de excitação, orgástico e/ou dispareunia). As participantes foram avaliadas antes, na metade (após cinco sessões) e ao final do tratamento (após dez sessões), por meio da palpação vaginal bidigital (avaliação da força dos músculos do assoalho pélvico-MAP), eletromiografia (EMG) intravaginal (captação das amplitudes de contração dos MAP) e Female Sexual Function Index (FSFI), questionário de avaliação da função sexual. As mulheres foram submetidas ao TMAP em diferentes posições, por dez sessões (uma ou duas vezes na semana). Para análise estatística, utilizou-se frequências absolutas e relativas para características clínicas e força dos MAP. Empregou-se teste de Friedman para comparação dos escores dos domínios do FSFI e valores da EMG, t de Student para associação entre esses valores e características das mulheres e Wilcoxon para modificação percentual da EMG. O teste Mann-Whitney permitiu comparar esses valores com características clínicas. Para correlacionar os valores da EMG com escore total médio, utilizou-se teste de correlação de Spearman. Adotou-se nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: foi observada melhora significativa (p<0,0001) dos escores do FSFI ao final do tratamento quando comparado às avaliações inicial e intermediária. Em relação à EMG, as amplitudes das contrações fásicas e tônicas aumentaram significativamente (p<0,0001) ao longo do tratamento. Houve aumento na força do assoalho pélvico, com 69% das mulheres apresentando grau 4 ou 5 na avaliação final e melhora total das queixas sexuais. CONCLUSÕES: o TMAP resultou na melhora da força muscular e amplitudes de contração pela EMG, com melhora na função sexual, o que indica que essa abordagem terapêutica pode ser utilizada com sucesso no tratamento das disfunções sexuais femininas.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(3):139-143
DOI 10.1590/S0100-72032010000300007
OBJETIVO: verificar se há diferença na prevalência de disfunção sexual e nos escores dos domínios da função sexual entre um grupo de mulheres atendido no serviço público e outro atendido no privado, e apurar se há associação entre disfunção sexual e renda familiar e escolaridade. MÉTODOS: estudo transversal no qual foram incluídas 201 mulheres sexualmente ativas, com idade de 18 a 45 anos, das quais 90 foram atendidas no serviço público e 111, no setor privado. Avaliaram-se idade, estado civil, uso de anticoncepção hormonal, renda e escolaridade, e todas as mulheres foram submetidas ao Índice da Função Sexual Feminina (IFSF), instrumento utilizado para avaliação da sexualidade. Para análise estatística, foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 15.0, aplicando-se o teste do χ2 para variáveis categóricas e o t de Student para amostras independentes. RESULTADOS: a comparação entre os grupos (setor público versus setor privado) não mostrou diferença significativa na prevalência de disfunção sexual (20 e 23,4%, p=0,5) nem nos escores dos domínios sexuais: desejo (3,9±1,3 e 3,8±1,0, p=0,6), excitação (4,5±0,8 e 4,4±0,9, p=0,5), lubrificação (5,2±1,2 e 5,0±0,9, p=0,1), orgasmo (5,0±1,2 e 4,9±1,1, p=0,5), satisfação (5,2±1,2 e 5,1±1,0, p=0,9), e dor (5,3±1,1 e 5,2±1,0, p=0,8). A disfunção sexual ocorreu em 28% das mulheres com renda entre dois e quatro salários mínimos, 17,5% daquelas com renda maior ou igual a cinco salários e em 14,3% daquelas com renda menor ou igual a um salário (p=0,1). Em relação à escolaridade, a disfunção ocorreu em 30,2% das mulheres com ensino fundamental, 24,2% daquelas com ensino médio e 13,4% e das mulheres com ensino superior (p=0,09). CONCLUSÕES: não se observou diferença significativa na prevalência de disfunção sexual e nos escores dos domínios sexuais entre os grupos, nem associação de disfunção sexual com renda ou escolaridade.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(10):503-507
DOI 10.1590/S0100-72032009001000006
OBJETIVO: avaliar o impacto da histerectomia sobre a sexualidade de mulheres portadoras de leiomioma uterino. MÉTODOS: estudo prospectivo, no qual foram incluídas 33 mulheres sexualmente ativas, com idade de 35 a 50 anos, experiência orgástica e parceiro fixo capacitado para o coito. Todas as mulheres foram submetidas a dois instrumentos para avaliação da sexualidade: Quociente Sexual - Versão Feminina (QS-F) e Inventário de Satisfação Sexual - Versão Feminina (GRISS). Os mesmos instrumentos foram aplicados pelo mesmo examinador antes da histerectomia e seis meses após o procedimento. RESULTADOS: o QS-F apontou que 39,4% das pacientes apresentaram piora no relacionamento sexual, apesar de não ter sido encontrada associação entre os resultados obtidos no QS-F antes e depois da histerectomia (χ2=10,6; grau de liberdade=12; p=0,05). Os escores médios obtidos após a aplicação do questionário de GRISS mostraram piora significante nos parâmetros "satisfação sexual" (p=0,03); "expressão da sensualidade feminina" (p=0,01); "vaginismo/dispareunia" (p=0,02) e "anorgasmia" (p=0,04). CONCLUSÕES: a histerectomia parece impactar negativamente a vida sexual das mulheres, sendo referida pela diminuição do desejo, da excitação e da capacidade orgásmica.