Resumo
. ;:065-073
O estudo foi realizado para determinar a qualidade de vida e depressão de mulheres com diabetes gestacional durante a gravidez e período pós-parto.
100 gestantes com diabetes gestacional e 100 gestantes saudáveis incluídas no presente estudo. Os dados foram obtidos de mulheres grávidas no terceiro trimestre que concordaram em participar do estudo. Os dados foram coletados durante o terceiro trimestre e seis a oito semanas após o nascimento do bebê. Os dados foram obtidos por meio do formulário de características sociodemográficas formulário de coleta de dados pós-parto MOS 36 Item Short Form Health Survey e Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CESD).
A idade média das gestantes com diabetes gestacional no estudo foi igual à idade média das gestantes saudáveis. O escore CESD de gestantes com diabetes gestacional foi de 26 77 ± 4 85 enquanto o escore correspondente foi de 25 19 ± 4 43 para mulheres saudáveis. Além disso o escore no pós-parto foi de 32 47 ± 5 94 para gestantes com diabetes gestacional e 35 47 ± 8 33 para gestantes saudáveis. Os escores do CESD foram maiores do que o ponto de corte de 16 em ambos os grupos e os escores médios aumentaram durante o período pós-parto.
Durante o período pós-parto a qualidade de vida de gestantes com diabetes gestacional foi mais afetada negativamente do que gestantes saudáveis. Os sintomas depressivos de mulheres com diabetes gestacional e gravidez saudável foram elevados na gravidez e nos períodos pós-parto.
Resumo
. ;:1134-1140
O diabetes gestacional (DG)é uma entidade com nuances conceituais em evolução que merecem total consideração. O DG leva a complicações e efeitos adversos na saúde da mãe e do bebê durante e após a gravidez. As mulheres também apresentam maior prevalência de incontinência urinária (IU) relacionada ao estado hiperglicêmico durante a gravidez. No entanto, o mecanismo fisiopatológico exato ainda é incerto. Realizamos uma revisão narrativa discutindo o impacto do DG no assoalho pélvico das mulheres e utilizamos o exame de ultrassonografia tridimensional para avaliar e predizer a ocorrência de IU.
Resumo
. ;:1032-1039
Determinar quantas pacientes realizaram o rastreamento puerperal para diabetes mellitus (DM) após diagnóstico de DM gestacional (DMG) e quais fatores estão relacionados com a sua realização.
Trata-se de um estudo com uma coorte prospectiva de 175 puérperas com diagnóstico de DMG. Informações sociodemográficas e clinico-obstétricas foram coletadas por meio de questionário, e solicitou-se a realização do rastreamento para DM às seis semanas de pós-parto. Após dez semanas, os pesquisadores contataram as pacientes por telefone com questões sobre a realização do rastreamento. As variáveis categóricas foram expressas em termos de frequências absoluta e relativa. A medida de associação foi o risco relativo com intervalo de confiança de 95% (IC95%), e valores de p ≤ 0,05 foram considerados estatisticamente significativos e testados por regressão logística.
A pesquisa foi concluída por 159 pacientes, 32 (20,1%) das quais fizeram o rastreamento puerperal. A idade média da amostra foi de 30,7 anos, e a maioria das pacientes eram brancas (57,9%), casadas (56,6%) e tinham 8 ou mais anos de escolaridade (72,3%). Cerca de 22,6% utilizaram medicações para tratamento da DMG, 30,8% eram portadoras de outras comorbidades, e 76,7% compareceram na consulta pós-natal. O comparecimento na consulta pós-parto, a utilização de medicamentos e a presença de comorbidades demonstraram associação com a realização do teste oral de tolerância à glicose no puerpério.
O rastreamento de DM após seis semanas de puerpério é baixo em mulheres com diagnóstico prévio de DMG. Pacientes que compareceram na consulta pós-parto, utilizaram medicações para tratamento da DMG, e eram portadoras de comorbidades foram as mais aderentes à realização do rastreamento puerperal. Necessitamos de estratégias para aumentar a abrangência da realização desse exame.
Resumo
. ;:1059-1069
O objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente a literatura sobre o uso de suplementos de ferro (não incluindo o ferro derivado da dieta), aumento dos níveis de hemoglobina e/ou ferritina e o risco de desenvolver diabetes mellitus gestacional (DMG).
as bases de dados PUBMED, Cochrane, Web of Science, Scopus, Embase, Cinahl e Lilacs foram pesquisadas até abril de 2021.
Foram revisados 6.956 títulos e resumos, dos quais 9 preencheram os critérios finais de inclusão, totalizando 7.560 mulheres.
A extração de dados foi realizada por dois revisores independentes e as divergências foram resolvidas por um terceiro revisor.
A qualidade metodológica dos ensaios controlados foi avaliada de acordo com as ferramentas da Colaboração Cochrane (ROB-2 e ROBINS-1) e para os estudos observacionais, foi utilizada a ferramenta de avaliação de qualidade do National Institutes of Health (NIH). Entre os 5 estudos observacionais, as mulheres com maiores níveis de hemoglobina ou ferritina apresentaram maior probabilidade de desenvolver DMG quando comparadas àquelas com níveis mais baixos nesses parâmetros. Entre os 3 ensaios clínicos randomizados, nenhum deles encontrou diferença significativa na incidência de DMG entre as mulheres dos grupos de intervenção e controle. No entanto, identificamos muitos riscos de viés e enormes diferenças metodológicas entre eles.
Com base nos estudos incluídos nesta revisão e devido aos importantes problemas metodológicos apontados, são necessários mais estudos de boa qualidade metodológica para melhor estabelecer a associação entre suplementação de ferro e DMG.
Resumo
. ;:20-27
Analisar a concordância, em relação ao percentil 90, das medidas ultrassonográficas da circunferência abdominal (CA) e peso fetal estimado (PFE), entre as tabelas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International Fetal and Newborn Growth Consortium for the 21st Century integrowth-21st, bem como em relação ao peso ao nascer em fetos/recém-nascidos de mães diabéticas.
Estudo retrospectivo com dados de prontuários de 171 gestantes diabéticas, com gestações únicas, seguidas entre Janeiro de 2017 e Junho de 2018. Foram analisados dados da CA e do PFE na admissão (a partir de 22 semanas) e no pré-parto (até 3 semanas). Essas medidas foram classificadas em relação ao percentil 90. O coeficiente Kappa foi utilizado para analisar a concordância entre as tabelas da OMS e Intergrowth-21st, assim como, por tabela de referência, entre as medidas e o peso ao nascer.
O estudo da OMS relatou 21,6% dos recém nascidos grandes para a idade gestacional (GIG) enquanto que o estudo do intergrowth-21st relatou 32,2%. Ambas as tabelas tiveram fortes concordâncias na avaliação da CA inicial e final e PFE inicial (Kappa= 0,66, 0,72 e 0,63, respectivamente) e concordância quase perfeita em relação ao PFE final (Kappa= 0,91).Emrelação ao peso ao nascer, asmelhores concordâncias foram encontradas para aCAinicial (OMS: Kappa= 0,35; intergrowth-21st: Kappa= 0,42) e como PFE final (OMS: Kappa = 0,33; intergrowth-21st: Kappa= 0,35).
A CA inicial e o PFE final foram os parâmetros de melhor concordância em relação à classificação do peso ao nascer. As tabelas da OMS e intergrowth-21st mostraram alta concordância na classificação das medidas ultrassonográficas em relação ao percentil 90. Estudos são necessários para confirmar se alguma dessas tabelas é superior na previsão de resultados negativos a curto e longo prazo no grupo GIG.
Resumo
. ;:107-112
Avaliar características sociodemográficas e obstétricas de mulheres com diabetes gestacional que mantêm hiperglicemia no período pós-parto (6–12 semanas pós-parto).
Este é um estudo longitudinal de coorte com mulheres com diagnóstico de diabetes gestacional e/ou macrossomia fetal entre 1° de março de 2016 a 1° de março de 2017. As mulheres coletaram glicemia de jejum, teste de tolerância a glicose e hemoglobina glicada entre 6 a 12 semanas pós-parto. Os dados foram coletados de prontuários médicos e durante entrevista na primeira consulta de revisão pós-parto. Uma análise estatística foi realizada através do cálculo de frequências, porcentagens, teste do qui-quadrado, teste exato de Fisher, teste de Mann-Whitney e regressão multivariada de Poisson. A significância estatística adotada foi de 5%.
Cento e vinte e duas mulheres foram incluídas. A maioria delas tinha menos de 35 anos de idade (70,5%), eram brancas, multíparas, e não tinham história de diabetes gestacional. Treze por cento das participantes desenvolveu hiperglicemia persistente. A análise univariada mostrou que os fatores relacionados com a persistência de hiperglicemia no período pós-natal foram: idade materna acima de 35 anos, sobrepeso, obesidade grau 1 e ganho de peso abaixo de 5 quilos. A análisemultivariada incluiu o diagnóstico no primeiro trimestre como fator de risco para hiperglicemia persistente.
Mulheres acima de 35 anos, obesidade, sobrepeso e diagnóstico de diabetes gestacional no primeiro trimestre estão relacionados com hiperglicemia persistente no período pós-parto.
Resumo
. ;:607-613
O presente estudo tem como objetivo analisar desfechos fetais ou neonatais adversos em mulheres com diabetes gestacional, incluindo morte fetal, partos prematuros, peso ao nascimento, morbilidade neonatal e mortalidade, bem como o efeito sinérgico de fatores de risco e maus desfechos concomitantes da gravidez, como idade materna avançada, obesidade materna e pré-eclâmpsia no seu agravamento.
O presente estudo retrospetivo de coorte incluiu todas as gestantes com diabetes gestacional, com vigilância e parto no Hospital da Senhora da Oliveira durante 2017 e 2018. Os dados foram obtidos dos registos clínicos eletrônicos dos programas informáticos de saúde Sclinico e Obscare, e a análise estatística simples e multivariada foi feita utilizando o IBM SPSS Statistics.
Os participantes do estudo incluíram 301 gestantes que contribuíram para 7,36% do total de partos da instituição, num total de 300 nados vivos. Foi analisada a influência da coexistência de pré-eclâmpsia na morbilidade neonatal (p = 0,004), na ocorrência de recém-nascidos de baixo e muito baixo peso ao nascimento (p < 0,01) e em partos prematuros (p < 0,01). Também foi analisada a influência da obesidade materna (p = 0,270; p = 0,992; p = 0,684) e da idade materna avançada nesses 3 desfechos (p = 0,806; p = 0,879; p = 0.985).Usando uma análise multivariada, os únicos modelos com significância estatística para predizer os três desfechos neonatais incluíram apenas a pré-eclâmpsia (p = 0,04; p < 0,01; p < 0,01).
Apenas a coexistência de pré-eclâmpsia mostrou associação com desfechos neonatais adversos (morbilidade neonatal, recém-nascidos de baixo e muito baixo peso e partos prematuros) e pode ser utilizada como preditor destes em mulheres com diabetes gestacional.