Resumo
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Analisar os fatores associados à prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) até seis meses em binômios mãe/recém-nascido atendidos em uma maternidade de risco habitual.
Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal, prospectivo e quantitativo. Foram investigadas variáveis socioeconômicas, obstétricas e perinatais de 101 binômios mãe/recém-nascido de uma maternidade pública em Curitiba-PR no internamento após o parto e 6 meses após o nascimento. Para a análise estatística, utilizou-se o teste do qui-quadrado. As variáveis cujo teste do qui-quadrado tiveram valores de p < 0,25 foram testadas para análises de razão de probabilidades (RP).
Observou-se a prevalência (42,6%) do AME. A maioria das mulheres (93,1%) havia realizado mais de 6 consultas de pré-natal, e as variáveis licença maternidade e apoio para amamentar estiveram associadas ao AME. O apoio para amamentar por parte do profissional e do familiar aumentou em 4 vezes a chance da permanência em AME (RP = 0,232; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,079 a 0.679; p = 0,008). A fissura foi o maior obstáculo para a amamentação, e a baixa produção de leite, o principal responsável pelo desmame.
O incentivo ao aleitamento e a permanência da mãe por mais tempo com a criança contribuíram para a manutenção do AME até o sexto mês de vida do bebê.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(1):28-33
DOI 10.1590/S0100-72032012000100006
OBJETIVO: Descrever as características maternas e das crianças, bem como avaliar os fatores associados à interrupção do aleitamento materno exclusivo. MÉTODOS: Estudo transversal que incluiu 667 crianças de seis meses que compareceram na Campanha de Multivacinação em Uberlândia, 2008. No delineamento amostral, foram sorteadas as unidades de vacinação e posteriormente as crianças em cada unidade, sistematicamente. Um instrumento semiestruturado foi utilizado para coleta dos dados, formulado com questões sobre alimentação da criança e características sociodemográficas da mãe. Foi utilizado risco relativo e teste do χ² para análise dos dados, aceitando como nível crítico p<0,05, com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: A prevalência do aleitamento materno para os menores de 120 e 180 dias foi de 89,5 e 85%, respectivamente; e na modalidade de aleitamento materno exclusivo, 50,6 e 39,7% para menores de 120 e 180 dias, respectivamente. Os fatores mais associados ao abandono do aleitamento materno exclusivo em menores de seis meses foram o trabalho materno fora de casa (OR=2,7; IC95%=1,7-4,2) e o uso de chupetas (OR=4,2; IC95%=2,8-6,3). O fato de a mãe ser multípara (OR=0,5; IC95%=0,4 -0,81) e recorrer ao atendimento puerperal na rede pública (OR=0,5; IC95%=0,3-0,7) representaram fatores de proteção contra a prática do desmame precoce. CONCLUSÃO: As prevalências do aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo no município de Uberlândia estão entre as maiores do país. Os fatores mais frequentemente associados à prática de desmame precoce foram trabalho materno fora de casa, oferta de bicos ou chupetas às crianças, atendimento puerperal efetuado no serviço privado e primiparidade.