Resumo
. ;:155-163
Avaliar o perfil clínico epidemiológico de mulheres com suspeita de Depressão Pós-Parto em uma maternidade pública de referência de Salvador, no estado da BA.
Estudo transversal, realizado com puérperas atendidas em uma maternidade pública de referência de Salvador, BA. A coleta de dados foi realizada de junho até setembro de 2017. Utilizou-sea escala de Edimburgo como instrumento, e, posteriormente, as mulheres com escore positivo responderam a um questionário para a identificação do seu perfil clínico e epidemiológico.
Das 151 puérperas pesquisadas, 30 (19,8%) apresentaram suspeita de depressão pós-parto. Predominaram as puérperas solteiras 13 (43,3%), com ensino médio completo 15 (50,0%), cor da pele preta 14 (46,7%), e aquelas com renda familiar mensal de até um salário mínimo 18 (40,0%).
Ainda que a depressão pós-parto seja uma enfermidade subdiagnosticada, neste estudo verificou-se uma elevada prevalência da condição. Considera-se, então que estes resultados reforçam o seu significado como problema de saúde pública, exigindo estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento efetivo.
Resumo
. ;:609-614
Avaliar a presença de depressão, violência doméstica e uso de substâncias em gestantes com história de perdas gestacionais de repetição.
Foram utilizados os instrumentos: Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), Abuse Assessment Screen (AAS), além de um questionário com dados sociodemográficos e clínicos elaborado pelos investigadores. As variáveis que apresentaram associação com depressão na análise bivariada (p < 0,10), tais como número de abortos e violência durante a vida, entraram no modelo de regressão logística.
Foram entrevistadas 46 pacientes, sendo encontrada uma prevalência de depressão de 41,3% (intervalo de confiança [IC] de 95% 1/4 28,3-55,7%). Com relação à violência contra a mulher, um terço das gestantes (32,6%) foi vítima de violência emocional ou física pelo seu parceiro ou por alguém próximo a elas. O abuso e/ou dependência de tabaco estava presente em 13% das gestantes, segundo o ASSIST. Na análise bivariada, observou-se uma associação significativa entre histórico de doença psiquiátrica e depressão em mulheres com abortamento de repetição (p 1/4 0,005). Observamos também uma tendência de associação entre depressão, número de abortos (p 1/4 0,071) e histórico de violência durante a vida (p 1/4 0,073) .
Depressão é uma doença frequente entre as gestantes com abortamento de repetição. A sobreposição entre depressão, violência doméstica e uso de substâncias aponta para a necessidade do rastreio sistemático dessas condições no pré-natal de gestantes com perdas gestacionais de repetição.
Resumo
. ;:130-135
DOI 10.1590/S0100-72032013000300007
OBJETIVO: Foi determinar a prevalência de sintomas depressivos em uma amostra de puérperas da cidade de Brasília, Brasil, discriminando os casos com surgimento após o parto daqueles já presentes durante a gestação. MÉTODOS: Estudo de corte prospectivo. Amostragem por conveniência de pacientes que seriam submetidas à cesariana eletiva em dois hospitais privados. Como instrumento para avaliar os sintomas depressivos, foi utilizada a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo, com ponto de corte >13, aplicada momentos antes do parto e quatro a oito semanas após o nascimento da criança. RESULTADOS: Das 107 mulheres que completaram o estudo, 11 (10,3%) apresentaram sintomas depressivos significativos na gestação e 12 (11,2%) no período pós-parto. Das 12 pacientes com sintomas no pós-parto, 6 já tinham os sintomas durante a gestação, de modo que 5,6% da amostra teve depressão com início após o parto. A frequência global de depressão foi significativamente maior entre as mulheres solteiras em comparação com mulheres casadas (p=0,04) por causa principalmente da maior frequência de mulheres solteiras apresentando sintomas depressivos persistentes, antes e depois do parto (p=0,002). O risco de depressão não foi influenciado pela idade, paridade e escolaridade. CONCLUSÃO: As mulheres com depressão reconhecida no período pós-parto compõem um grupo heterogêneo, no qual o quadro pode ter tido início antes da gestação, durante a gestação ou após o parto. Na amostra estudada, metade dos casos de depressão reconhecida após o parto já apresentava os sintomas no final da gestação. Uma vez que a depressão que surge antes e após o parto pode ter etiologia diferente e, portanto, apresentar resposta ao tratamento diferente, os clínicos e pesquisadores devem estar atentos a essa possibilidade.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2011;33(9):252-257
DOI 10.1590/S0100-72032011000900006
OBJETIVO: Descrever e comparar as fases do stress de primigestas no terceiro trimestre de gestação e no pós-parto e correlacioná-las à ocorrência de depressão pós-parto (DPP). MÉTODOS: A pesquisa foi constituída de duas etapas, caracterizando-se como pesquisa longitudinal. Na Etapa 1, participaram 98 primigestas e na Etapa 2, 64 delas. Na Etapa 1, a coleta de dados aconteceu no terceiro trimestre de gestação e, na Etapa 2, no mínimo 45 dias após o parto. Na Etapa 1 aplicou-se o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL) e uma Entrevista Inicial para caracterização da amostra. Na Etapa 2, aplicou-se novamente o ISSL e também a EPDS (Escala de Edimburgo). Os dados foram analisados usando o programa estatístico SPSS for Windows®, versão 17.0. As análises estatísticas efetuadas foram o Teste t de Student e p de Spearman. RESULTADOS: No terceiro trimestre, 78% das participantes apresentaram sinais significativos para stress e, no puerpério, 63% manifestaram, apresentando diferença significativa entre o stress manifestado no terceiro trimestre e no puerpério (t=2,20; p=0,03). Observou-se, também, correlação entre o stress apresentado tanto na gestação como no puerpério e a manifestação de DPP (p<0,001). CONCLUSÃO: Tanto na gestação como no puerpério mais da metade das mulheres apresentam sinais significativos para stress. Entretanto, a frequência da manifestação dos sintomas significativos de stress na gestação foi superior à frequência apresentada no puerpério. Tais resultados parecem guardar uma estreita relação com a manifestação de DPP, indicando relação entre stress e DPP.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(9):470-477
DOI 10.1590/S0100-72032007000900006
OBJETIVO: apurar a freqüência de risco para depressão pós-parto (DP) em puérperas de hospital de São Paulo, região Sudeste do Brasil, e determinar fatores associados - entre eles a violência doméstica (VD). MÉTODOS: estudo descritivo, tipo corte transversal. Participaram 133 mulheres, que tiveram partos com idade gestacional de 20 semanas ou mais, no período de agosto a setembro de 2005, em maternidade terciária em São Paulo (Brasil). Foram entrevistadas empregando-se a versão em português do Abuse Assessment Screen para o diagnóstico de violência e responderam questionário de auto-avaliação do risco de DP (Edinburgh Postnatal Depression Scale). As variáveis foram representadas por freqüências absoluta e relativa. A associação entre as variáveis de interesse e DP foi avaliada pelo teste do chi2 ou exato de Fisher. Adotou-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: o risco de DP foi identificado em 24 puérperas (18%). Das mulheres entrevistadas, 38,3% referiram história de abusos. Observou-se associação entre a ocorrência de VD após os 15 anos de idade e o risco de depressão (p=0,03). A ocorrência de abusos no grupo de mulheres com probabilidade de apresentar DP foi de 58,3%, proporção significativamente maior do que a observada no grupo controle com 33,9%. CONCLUSÕES: a probabilidade de apresentar depressão foi alta entre as puérperas assistidas em maternidade terciária da região Sudeste do Brasil. A VD sofrida após os 15 anos de idade esteve estatisticamente associada ao risco de DP.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(4):181-188
DOI 10.1590/S0100-72032005000400004
OBJETIVOS: estimar a prevalência de depressão puerperal (DP) sua associação com transtorno mental comum (TMC) nas mulheres atendidas por duas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) da cidade de São Paulo e identificar os fatores de risco associados à DP. MÉTODOS: estudo de corte transversal com 70 puérperas atendidas nas Unidades do PSF, Fazenda da Juta II e Jardim Sinhá, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2004. Como instrumentos utilizaram-se: questionário com informações sociodemográficas econômicas e dados obstétricos e perinatais; Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20), para rastreamento de TMC e a Edinburgh Post-Natal Depression Scale (EPDS), para avaliação de DP. Para testar as associações entre variáveis explicativas (fatores de risco) e a presença de DP foram utilizados os testes t de Student, chi2 e chi2 de tendência linear, quando indicados. Para avaliar a concordância entre a EPDS e o SRQ foi utilizado o coeficiente de concordância kappa (kapa). RESULTADOS: a prevalência de TMC e de DP foi de 37,1%. As escalas apresentaram boa concordância (kapa = 0,75). As variáveis explicativas idade materna, cor, escolaridade, ocupação e estado civil, além de idade, ocupação e instrução do companheiro, renda familiar, número de gestações, paridade, abortamentos, filhos vivos, partos prematuros, idade gestacional, tipo do parto, planejamento da gestação, Apgar de 1º e 5º minuto, sexo e peso do recém-nascido e aleitamento materno não apresentaram significância estatística. Quanto maior a percepção de suporte social do marido, menor a prevalência de DP (p=0,03). CONCLUSÃO: devido à alta prevalência e impacto negativo sobre a mãe e seu filho, é valioso sensibilizar o profissional de saúde para a importância da DP.