Resumo
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O objetivo do presente estudo foi analisar a influência da corionicidade nos parâmetros biométricos comprimento craniocaudal, peso ao nascimento, discordância de comprimento craniocaudal e discordância de peso ao nascimento, determinar a correlação entre estes dois últimos caso haja discordância intergemelar e analisar a influência da corionicidade na presença destas discordâncias com relevância clínica (> 10% e > 15%, respectivamente).
O presente estudo foi um estudo retrospectivo baseado na base de dados de gestações gemelares do Centro Hospitalar S. João (2010-2015), incluindo 486 fetos de 66 gestações monocoriônicas e 177 dicoriônicas. Os critérios de inclusão foram gestações múltiplas de 2 fetos e gestações gemelares saudáveis. Os critérios de exclusão foram gestações tricoriônicas ou de corionicidade inconclusiva, gestações múltiplas com ≥ 3 fetos e gestações gemelares patológicas.
Não se encontrou diferença estatisticamente significativa no peso ao nascimento (p =0,09) e sua discordância (p = 0,06) nem no comprimento craniocaudal (p = 0,48) e sua discordância (p = 0,74) entre gestações monocoriônicas e dicoriônicas. Considerando todas as gestações, as discordâncias de comprimento craniocaudal e peso ao nascimento foram correlacionadas pela reta de regressão “discordância de peso ao nascimento = 0.8864 x discordância de comprimento craniocaudal + 0.0743,” com r2 = 0,1599. A discordância de comprimento craniocaudal > 10% descobriu-se em 7.58% das gestações monocoriônicas e em 13.56% das dicoriônicas. A discordância de peso ao nascimento > 15% detectou-se em 16.67% das gestações monocoriônicas e em 31.64% das dicoriônicas.
Não se identificou influência estatisticamente significativa no peso ao nascimento e sua discordância, bem como no comprimento craniocaudal e sua discordância. A discordância de peso ao nascimento correlacionou-se com a discordância de comprimento craniocaudal em 20% dos casos.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 1999;21(10):569-576
DOI 10.1590/S0100-72031999001000002
Objetivo: determinar curvas e tabelas de crescimento do diâmetro biparietal médio e da circunferência cefálica média em relação à idade gestacional de gestações gemelares e analisar eventuais diferenças com as existentes para fetos únicos e gêmeos. Métodos: por meio de exames ultra-sonográficos realizados a cada duas ou três semanas por um único observador em 34 pacientes com gestação gemelar sem patologias feto-maternas foi possível estabelecer curvas e tabelas do diâmetro biparietal médio e da circunferência cefálica média em relação a idade gestacional. Os valores destes parâmetros biométricos foram comparados aos descritos pela literatura para fetos únicos e gêmeos. Resultados: foram obtidas curvas e tabelas do diâmetro biparietal e da circunferência cefálica em relação a idade gestacional. O crescimento do diâmetro biparietal e da circunferência cefálica se revelou menor no terceiro trimestre em relação aos observados por Hadlock et al.15 para gestação única. A diferença entre os valores médios foi 6 mm (diâmetro biparietal) e 2,0 cm (circunferência cefálica) na 39ª semana de gestação. Foram observadas também algumas diferenças em relação a outros estudos de gestações gemelares. Conclusão: este estudo sugeriu que as curvas e tabelas de crescimento do diâmetro biparietal médio e da circunferência cefálica média de gestações únicas não são apropriadas para avaliação de gestações gemelares da população analisada principalmente no terceiro trimestre.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2000;22(5):281-286
DOI 10.1590/S0100-72032000000500005
Objetivo: avaliar a eficácia do diâmetro transverso do cerebelo (DTC), por meio da ultra-sonografia, na evolução do crescimento fetal e relacioná-lo com a idade gestacional, diâmetro biparietal (DBP), circunferência cefálica (CC), circunferência abdominal (CA) e comprimento do fêmur (CF). Métodos: foi realizado um estudo prospectivo e longitudinal com 254 gestantes consideradas de baixo risco, com idade gestacional de 20 a 40 semanas. Somente 55 gestantes foram incluídas no estudo, segurados os critérios de inclusão e exclusão. Todos os exames, ou seja, as 217 avaliações ultra-sonográficas foram realizadas pelo autor (LN), sendo no mínimo três e no máximo seis exames para cada gestante, com intervalo de uma a cinco semanas. Foram estabelecidos padrões de normalidade entre os percentis 10 e 90 para cada idade gestacional, com confirmação após o parto. Resultados: o diâmetro transverso do cerebelo apresentou uma boa correlação com a idade gestacional, tanto como variável dependente (R² = 0,90), como variável independente (R² = 0,92). Uma correlação significativa na avaliação do crescimento fetal foi encontrada entre o DTC e os vários parâmetros fetais: DBP e CC (R² = 0,92), CF (R² = 0,90) e CA (R² = 0,89). Conclusões: o diâmetro transverso do cerebelo é um parâmetro que deve ser utilizado no acompanhamento do desenvolvimento e do crescimento fetal devido a sua curva de crescimento de padrão ascendente. Qualquer alteração para mais ou menos na curva de crescimento pode ser útil na detecção dos desvios do crescimento fetal.