Resumo
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É uma tarefa particularmente difícil transmitir más notícias em perinatologia. Habilidades de comunicação podem ser aprendidas, ensinadas e praticadas. O presente estudo avalia se uma sessão de treinamento estruturado para comunicar más notícias ampliaria as habilidades dos residentes de perinatologia.
Estudo de intervenção controlado e aleatorizado com residentes do 1° ao 4° ano do curso de perinatologia de uma faculdade de ciências médicas no ano letivo de 2014/15. Um total de 61 dos 100 residentes elegíveis (61%) voluntariaram-se para um programa de treinamento envolvendo comunicar uma perda perinatal para uma paciente simulada no papel da mãe, seguido do feedback imediato da atriz, ambos filmados. Posteriormente, os residentes foram aleatoriamente designados para um grupo de treinamento em más notícias baseado na estratégia SPIKES e revisão dos vídeos (intervenção) ou para um grupo-controle, sem treinamento. Todos os residentes retornaram numa segunda simulação análoga à primeira, com a mesma paciente simulada cega à intervenção. Avaliou-se as habilidades dos residentes segundo um checklist preenchido pela atriz. A análise estatística incluiu análise de covariância para medidas repetidas (ANCOVA-MR). Os residentes avaliaram a atividade de simulação com feedback.
O programa foi completado por 58 residentes. As simulações duraram em média 12 minutos, o feedback 5 minutos, e o treinamento SPIKES entre 1h e 2,5h. Não houve diferença significativa nas atuações dos residentes segundo a paciente simulada (p = 0.55). Os residentes avaliaram a simulação com feedback positivamente. Essas atividades podem ter reduzido o impacto do treinamento SPIKES.
O treinamento SPIKES não teve impacto significativo na atuação dos residentes. Os residentes consideraram as simulações com feedback úteis. Mais pesquisas são necessárias para determinar qual modalidade é mais eficaz.
Resumo
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Médicos residentes, em geral, enfrentam a tarefa de comunicarmás notícias em perinatologia sem um treino formal prévio. O impacto nos pais pode ser desastroso. O objetivo deste artigo é analisar as percepções dos residentes sobre um programa de treinamento para a comunicação de más notícias em perinatologia baseado na revisão de vídeos e na estratégia SPIKES.
Analisamos os dados complementares coletados dos participantes de um estudo de intervenção controlado e aleatorizado que avaliou a eficácia de umprograma de treinamento para ampliar as habilidades dos residentes em comunicarmás notícias. Os dados foram coletados utilizando um questionário em escala Likert. Através da análise temática de conteúdos buscamos apreender os significados, sentimentos e experiências descritos nos comentários dos residentes em resposta a uma questão aberta avaliando o treinamento. Metade do grupo recebeu treinamento, que consistiu de discussões do vídeo da consulta simulada de cada participante em que ele comunicava uma perda perinatal para uma “mãe” baseado na estratégia SPIKES. Ofereceu-se treinamento também para o grupo controle após encerraram sua participação na pesquisa. Vinte e oito residentes aleatorizados para a intervenção e 16 do grupo controle receberam treinamento. Vinte comentários escritos foram analisados.
A maioria dos residentes avaliou o treinamento como uma ótima atividade educativa para ajudá-los a aumentar conhecimento, habilidades e compreensão sobre o processo de comunicar más notícias em perinatologia. Três grandes categorias emergiram dos comentários: Efeitos do treinamento SPIKES, comunicação de más notícias no treinamento médico; e os sentimentos dos médicos e sua relação com os pacientes.
Residentes de perinatologia entenderam o treinamento SPIKES como um guia para sistematizar a comunicação de más notícias e ampliar suas percepções sobre as necessidades emocionais dos pacientes. Eles sugeriram que treinamentos similares fossem inseridos nos currículos dos programas de residência.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(12):592-597
DOI 10.1590/S0100-72032009001200003
OBJETIVO: Adaptação para a língua portuguesa e avaliação da aplicabilidade do questionário Index of Scientific Quality (ISQ) em textos sobre saúde da mulher, apresentados por revistas brasileiras. MÉTODOS: O estudo é de corte transversal. Foram coletados textos publicados entre agosto de 2005 e julho de 2006 nas principais revistas semanais: Veja, Época e Isto É. O questionário utilizado possui oito itens, que variam de um a cinco, e medem a aplicabilidade, o grau de opinião, a validade e o alcance da descoberta, precisão, coerência e consequência dos dados, além de um item global, que resume os outros itens. O ISQ foi traduzido, retrotraduzido e submetido à prova piloto até a versão definitiva, utilizada por dois médicos e dois jornalistas. Após a análise dos textos, foi verificada a consistência interna dos itens do questionário pelo coeficiente alfa de Cronbach e a concordância inter e intraobservador para cada item por meio do índice Kappa. RESULTADOS: A amostra conteve 80 textos. A consistência interna dos itens variou entre 0,81 e 0,96. A concordância interavaliadores foi de -0,03 a 0,48 e a intraobservador variou entre 0,27 e 0,34. (IC 95%). CONCLUSÃO: Os itens do questionário mensuraram de forma adequada a qualidade científica, porém a baixa concordância inter e intraobservadores indica a necessidade de novos estudos para se avaliar a versão brasileira do ISQ.