Resumo
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Analisar o consumo de alimentos minimamente processados e ultraprocessados e a sua associação com variáveis sociodemográficas, hábitos maternos, atividade educacional recebida durante o pré-natal e histórico clínico.
Estudo transversal, analítico e descritivo com 1.035 gestantes que moram nos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil (RMGV-ES), e que foram internadas em estabelecimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao parto (abril-setembro de 2010). Foramanalisados o questionário de frequência alimentar, o cartão da gestante e as informações dos prontuários da unidade de saúde.Oteste do Quiquadrado e o modelo de regressão logística binária foram utilizados para investigar a associação entre as variáveis independentes e o hábito alimentar.
Identificou-se que as gestantes com idade ≤ 19 anos tinham 2,9 vezes mais chances de consumirem alimentos ultraprocessados (intervalo de confiança [IC] 95% 1,683-5,168; p < 0,001), enquanto aquelas com ≥ 35 anos tinham menos chances de consumí-los (razão de chances [RC] 0,265; IC 95% 0,105-0,666; p = 0,005). O tabagismo materno aumentou as chances de consumo de alimentos ultraprocessados em 2,2 vezes (IC95% 1,202-4,199; p = 0,011) e as gestantes que não receberam orientações sobre alimentação saudável durante o pré-natal apresentaram 54,1%menos chances de consumiremalimentos minimamente processados (RC 0,459; IC95% 0,307-0,687; p < 0,001).
Fumar durante o período gestacional e ser adolescente são fatores que influenciam o consumo de alimentos ultraprocessados em gestantes. Raça/cor, chefe da família, faixa etária, recebimento de informações sobre alimentação no pré-natal e não fumar na gestação determinaram o consumo de minimamente processados.
Resumo
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Verificar alterações de medidas corporais, consumo e desejos alimentares durante o ciclo menstrual de acadêmicas de nutrição.
Estudo transversal com 27 estudantes de uma universidade pública do Mato Grosso do Sul, as quais tiveram seu consumo alimentar avaliado por meio de recordatório alimentar de 24 horas, estado nutricional avaliado com base em medidas antropométricas, e desejos alimentares avaliados utilizando-se o Questionário de Desejo Alimentar. Os dados foram coletados durante uma avaliação na fase folicular (entre o 5° e o 9° dia do ciclo menstrual) e outra na fase lútea (entre o 20° e o 25° dia do ciclo menstrual). Para as variáveis de consumo alimentar, utilizou-se o teste análise de variância (ANOVA, na sigla em inglês), seguido pelo teste de Tukey. Já para a análise dos desejos alimentares, utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Foi considerado o nível de significância de 5% (p< 0,05).
Os desejos por alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, como chocolates, produtos de pastelaria, lanches e sobremesas foram maiores (p< 0,05) no momento pré-menstrual, apesar de não refletirem em maior consumo energético e tampouco em alteração na distribuição de macronutrientes. Observou-se maior consumo de carboidratos, proteínas, fibras e cálcio na fase lútea; no entanto, sem diferença estatística entre os grupos. Não foram encontradas diferenças no consumo de nenhum grupo alimentar, tampouco nas medidas antropométricas (p> 0,05).
Os desejos alimentares das acadêmicas de nutrição diferiram entre as fases; no entanto, sem diferença no consumo alimentar e nas medidas corporais.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2011;33(2):87-92
DOI 10.1590/S0100-72032011000200006
OBJETIVOS: conhecer o consumo dietético de gestantes avaliando a ingestão de macronutrientes e micronutrientes, e verificar o ganho ponderal materno na gravidez. MÉTODOS: estudo retrospectivo do período de junho de 2002 a junho de 2008 com gestantes que receberam orientação nutricional durante pré-natal em hospital universitário, agrupadas de acordo com o estado nutricional antropométrico classificado pelo índice de massa corpórea (IMC) pré-gestacional. O consumo dietético foi analisado pelas informações de entrevista de frequência alimentar realizada na primeira avaliação da gestante no serviço de nutrição, para obter os dados do hábito alimentar, calculando-se a ingestão de macronutrientes e micronutrientes. As gestantes receberam aconselhamento nutricional, e foi analisado o ganho ponderal materno na gravidez. RESULTADOS: do total de 187 gestantes que receberam orientação nutricional, 23 (12,2%) eram de baixo peso, 84 (45,0%), eutróficas, 37 (19,8%) com sobrepeso, e 43 (23,0%), obesas. As gestantes de baixo peso apresentaram menor consumo de lípides quando comparadas ao grupo com eutrofia (101,4 versus 137,3 g; p=0,043). A média do consumo de ferro foi maior nas gestantes eutróficas (14,6 mg/d) quando comparadas às com sobrepeso (12,2 mg/d) ou obesidade (10,9 mg/d; p<0,001). A média da ingestão de folatos foi maior nas gestantes eutróficas quando comparadas às obesas (336,5 versus 234,5 µg/d; p=0,002). O ganho de peso excessivo, acima do recomendado, foi significativamente mais frequente (p=0,009) nas gestantes com sobrepeso (56,7%) e obesidade (39,5%) quando comparadas às com baixo peso (17,4%) e eutrofia (31,0%). CONCLUSÕES: o ganho ponderal materno acima do recomendado associou-se ao sobrepeso e à obesidade. O consumo dietético de gestantes difere conforme o estado nutricional antropométrico materno, com menor ingestão diária de ferro nas gestantes com sobrepeso e obesidade, e menor ingestão de folatos nas obesas, o que reforça a importância da suplementação vitamínica pré-natal.