Resumo
. ;:149-159
Este artigo objetiva revisar a literatura quanto ao uso das tecnologias como promotoras de saúde mental de gestantes. Desta forma, compreender quais são as estratégias utilizadas no cuidado da saúde mental dessas mulheres, assim como verificar se há evidências científicas que justifiquem a implementação dessas práticas.
Este estudo segue o protocolo PRISMA para revisões sistemáticas de 27 estudos publicados em 2012-2019, incluindo publicações em português, inglês e espanhol.
Os resultados revelaram diferentes possibilidades de utilização da tecnologia, sendo o uso de mensagens de texto e de aplicativos em smartphones mais os utilizados (22,5%). No que se refere às ferramentas utilizadas, estratégias cognitivo-comportamentais, tais como verificação do humor, exercícios de relaxamento e psicoeducação compreenderam 44,12% do conteúdo.
Verifica-se a necessidade de mais investimentos nessa área para que se possa compreender as possibilidades de intervenção em saúde mental na era digital.
Resumo
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Casos de near miss materna são aqueles em que as mulheres sobrevivem a graves complicações maternas durante a gravidez ou o puerpério. Este estudo ecológico teve comoobjetivo identificar a tendência temporal de casos de near missemdiferentes regiões do Brasil entre 2010 e 2018, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram selecionados registros de internação demulheres entre 10 e 49 anos comdiagnóstico incluído na 10ª revisão daClassificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e códigos indicando eventos de near miss. Das 20.891.040 internações por causas obstétricas, 766.249 (3,66%) casos de near miss foram identificados, e 31.475mulheres necessitaramde internação na unidade de terapia intensive (UTI). Constatou-sequeos casos sãomaispredominantesemmulheres negras commais de 35 anos da região Norte e Nordeste. Houve uma tendência de aumento nas taxas de near miss de aproximadamente 13,5% ao ano durante o período do estudo. A tendência apresentou um comportamento diferente, dependendo do nível de desenvolvimento da região estudada. As principais causas de near miss foram pré-eclâmpsia (47%), hemorragia (24%), e sepse (18%).
Resumo
. ;:248-254
Avaliar os resultados maternos e perinatais em gestação de mulheres com hipertensão crônica.
Coorte retrospectiva de mulheres hipertensas crônicas acompanhadas em hospital de referência por 5 anos (2012-2017). Foi realizada revisão dos prontuários médicos e os resultados são descritos em médias e frequências. A regressão de Poisson foi usada para identificar os fatores independentemente associados à ocorrência de pré-eclâmpsia superajuntada.
Um total de 385 mulheres foram incluídas no presente estudo, e amaioria tinha idade > 35 anos, era multípara, majoritariamente brancas e obesas antes da gravidez. Um terço teve pré-eclâmpsia em gestação anterior, e 17% apresentavam lesão de órgão-alvo associada à hipertensão, majoritariamente disfunção renal. Um total de 85% das pacientes usaram ácido acetilsalicílico e carbonato de cálcio para a profilaxia de pré-eclâmpsia, sendo que a frequência de pré-eclâmpsia superajuntada foi de 40%, com um início prematuro (32.98 ± 6.14 semanas). Destas, 40% apresentaram sinais de gravidade associados à pré-eclâmpsia, com 5 casos de síndrome HELLP; entretanto sem nenhum caso de eclampsia ou morte materna. A incidência de cesárea foi alta, comidade gestacional de 36 semanas ao parto, e umterço dos recém-nascidos tiveram complicações ao nascimento. Um terço das mulheres permaneceu usando medicamentos anti-hipertensivos ao fim da gravidez.
A hipertensão crônica se relaciona comalta prevalência de pré-eclâmpsia, cesárea, prematuridade e complicações neonatais. Vigilância e cuidado multidisciplinar são importantes para o diagnóstico precoce das complicações.
Resumo
. ;:200-210
Realizar uma revisão sistemática e crítica da literatura de modo a avaliar se a presença de endometriose determina desfechos obstétricos adversos na gestação.
Placenta prévia e nascimentos pré-termo são os desfechos obstétricos com maior significância estatística relacionados à endometriose. Esta informação é útil para alertar obstetras e pacientes com endometriose para possíveis desfechos obstétricos desfavoráveis.
Resumo
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Avaliar o efeito da utilização de unidades de terapia intensiva (UTIs) na mortalidade materna (MM) entre mulheres com morbidade materna grave (MMG).
Foi realizada uma análise secundária de um estudo transversal de vigilância de morbidade materna grave em 27 centros de referência obstétrica no Brasil. O foco desta análise foi a associação entre a utilização de UTI e morte materna segundo características individuais e condições de gravidade. Análises múltiplas considerando as variáveis uso de UTI, idade, etnia, adequação do cuidado e índice de desenvolvimento humano foram realizadas para identificar os fatores associados à morte materna e near-miss materno.
Dos 82.388 partos ocorridos durante o período de estudo, 9.555 (11,6%) mulheres apresentaram MMG, e a razão de MM foi de 170,4/100 mil nascidos vivos. Neste grupo, 8.135 (85,1%) pacientes foram atendidas em instituições com disponibilidade de leitos de UTI, mas apenas 2.059 (25,3%) foram de fato admitidas em leitos de UTI. Na análise de regressão multivariada, quando se considerou a gravidade do caso pelo maternal severity score (pontuação de severidade materna, MMS, na sigla em inglês), houve uma grande redução da força de associação entre utilização de UTI e morte materna, além da inadequação do cuidado e não disponibilidade de UTI na instituição. Na avaliação considerando apenas os casos de maior gravidade (desfecho materno grave, DMG), observou-se o mesmo padrão de associação entre UTI e MM. Nos modelos utilizados, apenas a inadequação do cuidado e o MSS apresentam associação significativa com a MM.
O presente estudo aponta que as principais variáveis associadas à morte materna são a gravidade e a adequação do manejo do caso, mais frequentes nas internações em UTI. A utilização dos leitos de UTI sem a estratificação da gravidade da paciente pode não trazer benefícios esperados para uma parte das mulheres.
Resumo
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Atualmente, a hemorragia pós-parto é a maior causa de morbimortalidadematerna em todo o mundo. Sua principal causa é a atonia uterina, pelo que têm sido instituídas e desenvolvidas medidas profiláticas, bem como tratamentos médicos e cirúrgicos para esta complicação. As suturas uterinas de compressão representam uma possibilidade terapêutica que permite a preservação do útero e, por conseguinte, do potencial fértil. Tendo isso por base, apresentamos dois casos de hemorragia pós-parto após cesariana, que foram tratados com sucesso com uma nova modificação da sutura de Pereira - suturas uterinas longitudinais e transversais foram efetuadas após falha das terapias de primeira linha. Ambas as pacientes se recuperaram, e na reavaliação pós-parto objetivou-se um útero normal com manutenção de uma irrigação adequada, sugerindo a preservação do seu potencial fértil, tal como vem sendo descrito na literatura em relação a este tipo de procedimento.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(3):113-117
DOI 10.1590/S0100-72032012000300004
OBJETIVO: Verificar a associação entre complicações maternas e tipo de parto em gestantes cardiopatas, assim como identificar os possíveis fatores clínicos e obstétricos, implicados na determinação da via de parto. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo analisando prontuários médicos das gestantes cardiopatas internadas em Hospital de Referência terciário no município de Fortaleza, Ceará, no período de 2006 a 2007. A população do estudo incluiu todas as gestantes com diagnóstico anteparto de cardiopatias admitidas para realização do parto e excluiu as gestantes que tiveram o diagnóstico de cardiopatia após o parto, independente da idade e semana gestacional. Utilizou-se um questionário semiestruturado com variáveis demográficas, clínicas e obstétricas. Realizou-se, inicialmente, uma análise descritiva por meio de frequências simples e proporções das variáveis sociodemográficas, clínicas e obstétricas. Em seguida foram analisadas possíveis associações entre os aspectos clínicos, obstétricos e tipo de parto, verificando associação entre complicações maternas e tipo de parto. Para isso, foi aplicado o teste Exato de Fischer, considerando p<0,05 para o estabelecimento da significância estatística. Os dados coletados foram processados e analisados utilizando o software Epi-InfoTM, versão 6.04, Atlanta, USA. RESULTADOS: Foram incluídas 73 gestantes cardiopatas. Dentre as congênitas, a comunicação interatrial foi a mais observada (11,0%) e entre as adquiridas, a estone mitral a mais freqüente (24,6%). A proporção de partos cesáreos foi maior do que entre os vaginais, exceto para mulheres com cardiopatia adquirida. Foi encontrada associação entre tipo de cardiopatia e tipo de parto (p=0,01). Houve 13 complicações maternas (17,8%). Dentre as complicações, dez (76,9%) ocorreram por parto cesáreo e três por via vaginal. Não foi encontrada associação entre complicações maternas e tipo de parto em gestantes cardiopatas (p=0,74). CONCLUSÕES: Não houve associação entre a ocorrência de complicações maternas e a via de parto em gestantes cardiopatas.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 1998;20(1):19-24
DOI 10.1590/S0100-72031998000100004
O objetivo deste trabalho foi estudar as repercussões feto-placentárias da insulinoterapia na prenhez de ratas diabéticas. A droga diabetogênica foi aloxana na dose de 42 mg/kg de peso por via intravenosa. Formaram-se cinco grupos experimentais: controle (G1, n=12); diabete moderado não-tratado (G2, n=10); diabete moderado tratado com insulina (G3, n=11); diabete grave não-tratado (G4, n=12) e diabete grave tratado com insulina (G5, n=10). Foram obtidos 634 recém-nascidos e respectivas placentas. O resultado perinatal do tratamento com insulina teve relação direta com a qualidade do controle glicêmico. O tratamento inadequado do diabete moderado determinou níveis de hiperglicemia moderada nos recém-nascidos, não interferiu com o peso corporal dos filhotes e diminuiu a proporção de recém-nascidos grandes para a idade da prenhez (GIP). O controle adequado do diabete grave normalizou a glicemia dos recém-nascidos, aumentou o peso dos filhotes e diminuiu a proporção de recém-nascidos pequenos para a idade da prenhez (PIP). A administração de doses adequadas de insulina no grupo de ratas diabéticas grave diminuiu o peso das placentas mas sem modificar o índice placentário.