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Artigos Originais
Câncer cervical e de mama em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(8):367-371
01/08/2014
Resumo
Artigos OriginaisCâncer cervical e de mama em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(8):367-371
01/08/2014DOI 10.1590/SO100-720320140005052
Visualizações38OBJETIVO:
Estudar a frequência de neoplasias em uma amostra da população brasileira feminina com lúpus eritematoso sistêmico.
MÉTODOS:
Este é um trabalho retrospectivo de revisão de prontuários de 395 mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, diagnosticadas pela presença de, pelo menos, 4 dos critérios classificatórios do Colégio Americano de Reumatologia para diagnóstico dessa doença e acompanhadas nos últimos 10 anos em um ambulatório especializado em Reumatologia. Foram coletados dados demográficos (idade e etnia das pacientes), dados acerca de duração de doença, de uso dos principais imunomoduladores e de diagnóstico de neoplasias. As informações obtidas foram tabuladas em tabelas de frequência e de contingência. A taxa de incidência de neoplasias nas mulheres com lúpus foi comparada com a da população em geral para a mesma região demográfica, nos últimos dez anos, utilizando, para isso, dados publicados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). A associação dos dados foi feita pelos testes de Fisher e do χ, quando os dados eram nominais, e de Mann-Whitney, quando numéricos. Foi adotada a significância de 5%.
RESULTADOS:
Foram identificados 22 casos de tumores malignos (22 casos/395 ou 5,5% da amostra) sendo os mais comuns os de útero (10 casos/395 ou 2,5% da amostra) e de mama (9 casos/395 ou 2,2% da amostra). A presença de tumores estava associada com tempo de duração de doença (p=0,006), não sendo observada influência de tratamento com metotrexate (p=0,1), azatioprina (p=0,9), ciclofosfamida (p=0,6) e glicocorticoides (p=0,3). Os tumores de mama e de colo do útero foram mais comuns no lúpus eritematoso sistêmico do que na população em geral (p<0,0001 para ambos).
CONCLUSÃO:
Na presente amostra foi observada uma alta prevalência de tumores malignos, que foram mais comuns nas pacientes com maior tempo de doença. Os tumores mais frequentes foram os de mama e de útero, cuja incidência foi maior do que na população em geral. A presença de tumores não foi influenciada pelo uso de imunossupressores nem glicocorticoides.
Palavras-chave: Colo do útero/patologiaLúpus eritematoso sistêmico/complicaçõesNeoplasiasNeoplasias da mama/complicaçõesNeoplasias do colo do útero/complicaçõesVer mais -
Artigos Originais
Colpocitologia de mulheres com diagnóstico de adenocarcinoma do colo do útero
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(1):40-45
01/01/2014
Resumo
Artigos OriginaisColpocitologia de mulheres com diagnóstico de adenocarcinoma do colo do útero
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(1):40-45
01/01/2014DOI 10.1590/S0100-72032014000100009
Visualizações36OBJETIVO:
Analisar os achados citológicos de mulheres detectadas com adenocarcinoma do colo do útero, levando em conta o histórico da paciente no ano que antecedeu ao diagnóstico e a histopatologia das lesões.
MÉTODOS:
Este é um estudo comparativo, retrospectivo conduzido com dados de mulheres com adenocarcinoma ou com carcinoma escamoso do colo do útero detectados entre 2002 e 2008. Os laudos da citologia foram sintetizados de acordo com a terminologia Bethesda revisada em 2001 e foram comparados com a histopatologia de adenocarcinoma e de carcinoma escamoso. Foram verificadas as distribuições dos achados citológicos, a concordância global e corrigida pelo acaso com o uso do coeficiente Kappa de Cohen. Para isso, as alterações citológicas foram agregadas de acordo com a origem epitelial, formando os grupos de células glandulares e de células escamosas, tendo como padrão ouro os grupos de tumor histopatologicamente confirmados (adenocarcinoma versus carcinoma escamoso).
RESULTADOS:
No período, 284 casos de câncer do colo uterino foram diagnosticados. Os casos efetivamente estudados compreenderam 27 e 54 pacientes com adenocarcinoma e com carcinoma escamoso, respectivamente. O grupo de adenocarcinoma representou 9,5% do total diagnosticado, com 56% das mulheres com idade inferior a 50 anos. A coleta da citologia foi feita em média 92 dias antes do diagnóstico do câncer (variação: 19 dias a 310 dias). Em 41,6% dos casos, a citologia que precedeu o diagnóstico do adenocarcinoma foi indicativa de alterações glandulares do tipo adenocarcinoma e atipias de células glandulares. A concordância simples foi de 73,7% e o coeficiente Kappa de 48,7%, sugerindo moderada concordância.
CONCLUSÃO:
Nesta população, a citologia teve um importante papel no rastreio de mulheres com adenocarcinoma, embora algumas delas tenham sido referidas para esclarecer sintomas clínicos. A concordância entre os achados da citologia e da histopatologia foi moderada.
Palavras-chave: Adenocarcinoma/patologiaBiologia celularColo do útero/patologiaEsfregaço vaginalReprodutibilidade dos testesVer mais