Resumo
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Avaliar o efeito das células-tronco mesenquimais sobre a fertilidade na endometriose retrocervical experimental.
Um total de 27 coelhas da raça Nova Zelândia foram divididas em três grupos: endometriose, em que os implantes endometriais foram criados; mesenquimal, em que as células-tronco mesenquimais foram aplicadas complementarmente à criação implantes endometriais; e controle, sem endometriose. O teste exato de Fisher foi realizado para comparar variáveis dicotômicas qualitativas entre os grupos. As variáveis quantitativas foram comparadas pelos testes não paramétricos de MannWhitney e Kruskal-Wallis. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para a comparação múltipla pós-hoc com correção de Boniferroni.
em relação ao início do período fértil, os grupos endometriose, mesenquimal e controle tiveram medianas de 14±12,7; 40±5; e 33±8,9 dias, respectivamente (p = 0,005). Sobre a taxa de fertilidade (número de gravidezes), os grupos endometriose e controle mostraram uma taxa de 77,78%, enquanto o grupo mesenquimal mostrou uma taxa de 11,20% (p = 0,015). Não foram observadas diferenças na classificação histológica de Keenan entre os grupos (p = 0,730). No que diz respeito à aparência macroscópica das lesões, o grupo mesenquimal mostrou maiores adesões pélvicas.
O uso de células-tronco mesenquimais na endometriose contribuiu negativamente para a fertilidade, sugerindo o papel dessas células no desenvolvimento da doença.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(11):642-649
DOI 10.1590/S0100-72032005001100002
OBJETIVO: avaliar a preservação folicular e as características celulares do tecido ovariano criopreservado, em coelhas. MÉTODOS: fez-se, sob anestesia, a ooforectomia direita de dez coelhas brancas, adultas. Dissecou-se o ovário mantendo-se o córtex com espessura de 1,5 milímetros. Fragmentou-se o tecido em pequenas secções, algumas para o estudo histológico de controle e outras destinadas à criopreservação pelo protocolo de congelamento lento. Passadas seis semanas efetuou-se o descongelamento e fez-se a avaliação histológica. As amostras do controle e do experimento, após processamento, foram coradas pela hematoxilina-eosina para identificação dos aspectos histológicos e submetidas à técnica imuno-histoquímica utilizando-se o PCNA (proliferating cell nuclear antigen) para a avaliação da viabilidade celular. Utilizaram-se os testes não paramétricos "comparação entre duas proporções" e Mann-Whitney e o teste paramétrico t de Student. RESULTADOS: observou-se que no tecido criopreservado só persistiram oócitos primordiais. Entre as alterações reversíveis identificaram-se: vacuolização citoplasmática em todas as amostras (p=0,039), lise estromal em 50% (p=0,648) e oócitos com contornos irregulares em 80% (p=0,007). Encontraram-se alterações irreversíveis como degeneração hialina e picnose em 30% das amostras (p=0,210). A análise imuno-histoquímica demonstrou os folículos, em diferentes estágios de desenvolvimento, no tecido não congelado e folículos primordiais no tecido criopreservado com positividade para o PCNA, indicando a presença de DNA ativo. CONCLUSÃO: no tecido ovariano criopreservado sobrevivem apenas os folículos primordiais; existem alterações histológicas reversíveis (vacuolização citoplasmática, lise estromal, fragmentação das células da granulosa e oócitos com contornos irregulares); alterações irreversíveis, em níveis não significantes (degeneração hialina e picnose) e presença de PCNA positivo em todos os folículos.