Resumo
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Avaliar o papel das características clínicas e a medida pré-operatória dos níveis séricos de CA125, HE4, e CEA em mulheres com tumores de ovário não epiteliais benignos e malignos.
Cento e dezenovemulheres consecutivas comtumores ovarianos de células germinativas, do cordão sexual-estroma, e miomas ovarianos foram incluídas neste estudo. Os níveis pré-operatórios dos biomarcadores foram medidos, a cirurgia e a análise histopatológica foram realizadas. Informações sobre tratamento e recorrência da doença foram obtidas dos prontuários médicos das pacientes.
Nossa amostra incluiu 71 mulheres com tumores de células germinativas (64 benignos e 7 malignos), 46 com tumores do cordão sexual-estroma (32 benignos e 14 malignos), e 2 com leiomiomas ovarianos. Entre os tumores benignos de células germinativas, 63 eram teratomas maduros, e, entre os malignos, quatro eram teratomas imaturos. Os tumores mais comuns do grupo do cordão sexual-estroma foram fibromas (benignos) e tumores de células da granulosa (malignos). Os níveis séricos dos biomarcadores não diferiram entre os tumores de ovário não epiteliais benignos e malignos. A cirurgia preservadora de fertilidade foi realizada em 5 (71,4%) mulheres com tumores malignos de células germinativas. Onze (78,6%) mulheres com tumores do cordão sexual-estromamalignos foram tratadas comcirurgia preservadora de fertilidade. Cinco (71,4%)mulheres com células germinativas e apenas 1 (7,1%) com tumor do cordão sexual-estroma foram tratadas com quimioterapia. Uma mulher com tumor de células germinativas recidivou e morreu da doença. Uma mulher com tumor do cordão sexual-estroma recidivou.
Os tumores de ovário não epiteliais foram benignos namaioria dos casos e os malignos foram diagnosticados em estágios iniciais, com bom prognóstico. A medida dos níveis séricos de CA125, HE4, e CEA não foram úteis no diagnóstico préoperatório desses tumores.
Resumo
. ;:397-403
Avaliar a acurácia diagnóstica do antígeno de câncer 125 (cancer antigen 125, CA125, em inglês) e dos parâmetros do hemograma como as razões neutrófilo/linfócito (RNL), plaqueta/linfócito (RPL), e trombocitose em pacientes com massas ovarianas.
Este é um estudo retrospectivo realizado em um hospital terciário no período de janeiro de 2010 a novembro de 2016. Foram incluídas de forma consecutiva mulheres encaminhadas por massas anexiais suspeitas. Foram dosados hemogramas e CA125 no soro de 528 mulheres com massas ovarianas antes da cirurgia ou biópsia. Foram avaliados os desempenhos diagnósticos da RNL, da RPL, das plaquetas (PLQs) e do CA125, considerando-os isoladamente e associados entre si. Testamos a utilidade clínica dos parâmetros do hemograma e do CA125 na discriminação das massas ovarianas por análise de curva de decisão (ACD).
Os melhores equilíbrios entre sensibilidade e especificidade foram obtidos por meio das associações do CA125 ou PLQs ≥ 350/nL, com 70,14% e 71,66%, CA125 ou PLQs ≥ 400/nL, com 67,30% e 81,79%, CA125 ou RPL, com76,3% e 64,87%, e CA125 ou RNL, com 71,09% e 73,89%, respectivamente.
Na ACD, nenhum parâmetro do hemograma isolado se mostrou superior ao CA125 na predição de malignidade de tumores ovarianos no pré-operatório.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 1999;21(1):47-54
DOI 10.1590/S0100-72031999000100008
Objetivos: avaliar aspectos clínicos e ultra-sonográficos de tumores pélvicos na pós-menopausa e correlacioná-los com o diagnóstico final. Pacientes e Métodos: foram seguidas prospectivamente 36 mulheres menopausadas com diagnóstico de tumor pélvico com avaliação clínica e ultra-sonografia endovaginal. Foi definida conduta de observação em tumores císticos anecóicos e/ou com septo fino único e volume inferior a 50 cm³. Foi realizada punção em tumores com as mesmas características e volume entre 50 e 100 cm³ e laparotomia exploradora para os demais casos. O diagnóstico final definiu dois grupos de pacientes: patologia benigna (28) e maligna (8). Resultados: tumores císticos anecóicos com septo fino único são indicativos de benignidade (p = 0,0091), ao passo que a presença de tumor com áreas sólidas (mistos) é indicativa de malignidade (p = 0,0024). Ascite correlacionou-se com tumores malignos (p = 0,0278). Heterogeneidade do tumor, espessamento de cápsula, septação grosseira e vegetação prevalecem nos casos malignos mas sem significância (p > 0,05). O volume tumoral é parâmetro indicativo de malignidade com mediana de 85,2 cm³ em benignos e 452,5 cm³ em malignos (p = 0,0048), estabelecendo-se corte em 295 cm³ (sensibilidade = 83,3% e especificidade = 85,2%). Com estes critérios todas pacientes com tumores malignos foram submetidas à laparotomia e 11 pacientes com tumores benignos foram tratadas de forma conservadora (39,3% dos casos benignos). Conclusão: a conduta conservadora é adequada a mulheres com tumores pélvicos de pequeno volume, anecóicos ou com septo fino, sem ascite. A diferenciação de tumores complexos e/ou volumosos benignos e malignos necessita de investigação complementar.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2004;26(5):411-416
DOI 10.1590/S0100-72032004000500011
OBJETIVO: avaliar a freqüência da utilização de procedimentos cirúrgicos não ginecológicos no tratamento do câncer de ovário, assim como descrever as suas complicações. MÉTODOS: foram incluídas retrospectivamente 82 pacientes, atendidas no período de fevereiro de 1999 a outubro de 2003, e que haviam sido submetidas a laparotomia para tratamento cirúrgico do câncer de ovário. Foram incluídas no estudo apenas pacientes com adenocarcinoma epitelial de ovário. A média de idade foi de 54,1±15,1 anos, variando de 22 a 89 anos. O estadiamento (FIGO) mostrou 5 pacientes no estádio I (6,1%), 18 pacientes no II (21,9%), 40 pacientes no III (48,8%) e 19 pacientes no IV (23,2%). As pacientes foram divididas em 2 grupos: aquelas em que foram realizados exclusivamente procedimentos ginecológicos e aquelas com realização de procedimentos não ginecológicos. As diferenças entre as médias foram analisadas pelo teste t de Student. As comparações entre grupos independentes foram feitas pelo teste do chi2. RESULTADOS: em 35 pacientes (42,7%) foram realizados procedimentos cirúrgicos não ginecológicos, incluindo: 17 colostomias, 16 enterectomias, oito peritonectomias pélvicas, sete colectomias, cinco ressecções parciais de cúpula frênica, quatro cistectomias parciais, quatro esplenectomias, duas ileostomias e uma hepatectomia parcial. Todas as pacientes submetidas a procedimentos não ginecológicos apresentavam-se nos estádios III e IV. Esse grupo apresentou maior tempo cirúrgico (5,3±1,4 versus 3,1±0,9 horas); p<0,001). Os grupos não mostraram diferenças significativas em relação à necessidade de hemotransfusão (42,2 versus 40%; p=0,512) e tempo de internação (11,5±7,2 versus 10±9,9 dias; p=0,454). A realização de procedimentos cirúrgicos não ginecológicos associou-se a maior taxa de complicações pós-operatórias 37% versus (17,1%; p=0,042), sendo que duas pacientes desse grupo (2,4%) evoluíram para o óbito. CONCLUSÕES: os procedimentos cirúrgicos não ginecológicos são freqüentemente empregados no tratamento de pacientes com câncer de ovário. A realização dessas cirurgias está associada a maior tempo cirúrgico e maior taxa de complicações pós-operatórias.