Resumo
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Avaliar as diversas perspectivas que envolvem a escolha dos LARCs, as problemáticas relacionadas a esse processo e as consequências da escolha do método na vida das mulheres no centro de Atenção Primária à Saúde (APS) em Sousas, distrito de Campinas, SP.
Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado no Centro de Saúde de Sousas. Os dados foram coletados através da análise de prontuários e de entrevistas das mulheres residentes em Sousas, que inseriram o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre (D) entre abril de 2021 a abril de 2022 ou o implante de etonogestrel (I) de maio a dezembro de 2022. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
O motivo da escolha: por indicação médica (D: 52%; I: 100%), pela facilidade (D: 71%; I: 67%) e pela eficácia (D: 55%; I: 100%). Da indicação por profissionais de saúde (D: 65%; I: 100%). E melhora das características clínicas: humor (D: 77%; I: 67%), índice de massa corporal (IMC; D: 52%; I: 33%) e libido (D: 84%; I: 67%).
Sugere-se que as mulheres tendem a escolher LARCs quando orientadas pelo seu médico ou por profissionais de saúde da APS e optam pelos LARCs pela facilidade do uso e baixa taxa de falhas. Destaca-se como os LARC's podem interferir positivamente em aspectos que perpassam a contracepção, como o IMC, libido e estado de humor.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(2):69-74
DOI 10.1590/S0100-72032005000200005
OBJETIVO: verificar a freqüência de sobrepeso, obesidade e fatores associados entre mulheres de ambulatório de ginecologia geral em hospital secundário de referência. MÉTODOS: as variáveis estudadas foram idade, raça, escolaridade, renda familiar, trabalho com renda exercido pela mulher, tipo de trabalho da mulher, companheiro atual, característica do ciclo menstrual no momento da entrevista e índice de massa corpórea (IMC). Para análise as mulheres foram distribuídas em três grupos conforme o valor de IMC: <25 kg/m² (adequado), 25-29 kg/m² (sobrepeso) e >30 kg/m² (obesidade). Para os grupos de sobrepeso e obesidade foram calculados odds ratio e respectivo intervalo de confiança a 95% (IC 95%) em cada variável, e posteriormente calculado OR ajustado. RESULTADOS: das 676 mulheres incluídas, 89,8% tinham até 8 anos de escolaridade, 83,0% tinham companheiro, 77,6% eram brancas, 61,4% referiram renda de até cinco salários mínimos e 36,0% estavam menopausadas. A freqüência de sobrepeso foi 35,6% e de obesidade 24,3%. O sobrepeso foi associado à faixa etária de 50-59 anos (OR: 3,22; IC 95%: 1,67-6,20) e à menopausa (OR: 1,52; IC 95%: 1,03-2,26); a obesidade foi associada à menopausa (OR: 2,57; IC 95%: 1,66-4,00) e às faixas etárias maiores de 40 anos (OR: 2,95; IC 95%: 1,37-6,37). Após análise de regressão múltipla, a obesidade manteve-se associada às faixas etárias de mais de 40 anos (OR: 2,51; IC 95%: 1,05-6,00). CONCLUSÕES: nesta amostra de mulheres com baixa escolaridade e nível socioeconômico, a prevalência de sobrepeso e obesidade foi alta. A obesidade foi associada a mulheres com mais de 40 anos. Esforços devem ser realizados para diminuir a freqüência de sobrepeso e obesidade entre mulheres.