Resumo
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Estudar a ansiedade materna em gestantes sem comorbidades no contexto do surto de COVID-19 no Brasil e estudar o conhecimento e as preocupações maternas sobre a pandemia.
Trata-se de análise secundária de um estudo transversal multicêntrico nacional realizado em 10 cidades, de junho a agosto de 2020, no Brasil. Mulheres no pós-parto entrevistadas, sem comorbidades médicas ou obstétricas, foram incluídas nesta subanálise. Foram aplicados um questionário estruturado e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI, na sigla em inglês).
Das 1.662 mulheres, 763 (45,9%) atenderam aos critérios da análise atual e 16,1% apresentaram ansiedade materna moderada e 11,5% ansiedade materna grave. A ansiedade materna moderada ou grave foi associada à escolaridade no ensino médio (odds ratio [OR]: 1,58; intervalo de confiança [IC] 95%: 1,04–2,40). O fator protetor foi coabitar com companheiro (OR: 0,46; IC95%: 0,29–0,73). Houve correlação positiva entre a pontuação total do BAI e o recebimento de informações sobre cuidados na pandemia (rparcial 0,15; p < 0,001); preocupação com a transmissão vertical de COVID-19 (rparcial 0,10; p = 0,01); receber informações sobre amamentação (rparcial 0,08; p = 0,03); preocupações sobre cuidados pré-natais (rparcial 0,10; p = 0,01) e preocupações sobre o bebê contrair COVID-19 (rparcial 0,11; p = 0,004). A correlação foi negativa com os seguintes aspectos: ter autoconfiança para se proteger (rparcial 0,08; p = 0,04), aprender (rparcial 0,09; p = 0,01) e ter autoconfiança para amamentar (rparcial 0,22; p < 0,001) no contexto da pandemia.
A ansiedade de gestantes sem comorbidades médicas ou obstétricas esteve associada à escolaridade no ensino médio e não morar com companheiro durante a pandemia de COVID-19. A autoconfiança na proteção contra COVID-19 e o conhecimento sobre os cuidados com a amamentação durante a pandemia reduziram a ansiedade materna.
Resumo
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É sabido o papel do leite materno na saúde física e mental dos bebês e na prevenção da mortalidade infantil. Os benefícios da amamentação para mães e bebês foram comprovados, mas vários fatores podem afetar a amamentação. O parto é um dos fatores mais influentes. Este estudo teve como objetivo investigar o efeito do tipo de parto (parto Natural e cesariana) na amamentação com base no sistema de pontuação agarramento, deglutição audível, tipo de mamilo, conforto, segurar (latch, audible swallowing, type of nipple, comfort, hold, LATCH, em inglês).
Este estudo transversal e observacional foi realizado pelo método do censo entre mulheres que buscaram atendimento no Hospital Afzalipour para parto em maio de 2020; o padrão de amamentação foi completado por observação e in-case, pela lista de verificação do LATCH. Os dados foram analisados usando o programa Statistical Package for the Social Sciences (IBM SPSS for Windows, IBM Corp., Armonk, NY, Estados Unidos), versão 19.0, análise de variância (analysis of variance, ANOVA, em inglês) e o teste estatístico do qui-quadrado.
De um total de 254 partos (127 parto naturais e 127 cesarianas), não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos de estudo em termos de idade, situação laboral materna e peso do bebê, mas houve uma relação estatisticamente significativa entre os tipo de parto, a escolaridade materna e o índice de aparência, frequência cardíaca, irritabilidade reflexa, tônus muscular, e respiração appearance, pulse, grimace, activity, and respiration (Apgar), no primeiro minuto. A pontuação média do padrão de amamentação no grupo do parto natural (9,33) foi maior do que a do grupo da cesariana (7,21).
O tipo de parto afeta desempenho da mãe durante a amamentação, e as mães submetidas a cesariana necessitam de mais apoio e ajuda na amamentação.
Resumo
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Os ácidos graxos poli-insaturados (AGPIs) ômega-3 (n-3) de cadeia longa, como os ácidos eicosapentaenoico e docosa-hexaenoico, têm sido associados à saúde humana em todas as etapas da vida, do desenvolvimento fetal ao envelhecimento. Esses AGPIs atuam como precursores de vários metabólitos envolvidos na prevenção de algumas doenças. Os efeitos reconhecíveis desses suplementos antes da gravidez (maturação dos oócitos), durante a gravidez (melhora do risco de parto prematuro, entre outros) e nos descendentes (em termos de função cognitiva e abordagem dos distúrbios do neurodesenvolvimento) são apresentados nesta revisão narrativa. Concluiu-se que a difusão desses suplementos pode melhorar o prognóstico desses pacientes de maneira simples, eficaz, e com altas taxas de segurança.
Resumo
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No ciclo gravídico-puerperal, as mulheres podem desenvolver complicações que necessitam de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, é necessária uma atenção especial à farmacoterapia, particularmente às interações medicamentosas potenciais (IMPs) e ao risco dos medicamentos para o feto e o recémnascido.
Determinar o perfil das IMPs e o risco potencial dos medicamentos utilizados durante a gravidez e a amamentação entre as mulheres internadas em UTI.
Foi realizado um corte transversal e prospectivo, observacional, incluindo mulheres grávidas e lactantes internadas na UTI do Hospital da Mulher de uma universidade de Campinas durante um ano. Bases de dados online foram usadas para identificar e classificar as IMPs e o potencial risco de uso de medicamentos durante a gravidez e a amamentação.
Foram avaliadas 305 prescrições de 58 mulheres, 31 grávidas e 27 lactantes, e 284 (91%) prescrições apresentaram IMPs, sendo que 175 combinações diferentes de IMPs foram identificadas nas prescrições, e não foram observados efeitos nocivos pelo uso concomitante dos medicamentos na prática clínica. Um total de 26 (1,4%) IMPs foram classificadas como contraindicadas. Foram identificados 15 (13,8%) medicamentos prescritos com risco D, e 2 (1,8%) com risco X para mulheres grávidas, e foram identificados 4 (4,9%) medicamentos prescritos como de alto risco para as mulheres que estavam amamentando.
Este estudo demonstra que há uma alta incidência de IMPs nas prescrições. A maioria dos medicamentos utilizados por mulheres grávidas e lactantes em UTI não apresentou sérios riscos para o feto e o recém-nascido, mas às vezes são necessários medicamentos categorizados como risco D ou X.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(12):565-570
DOI 10.1590/SO100-720320150005488
Avaliar a influência da amamentação nos resultados do teste oral de tolerância à glicose pós-parto (TTGp) de mulheres que apresentaram diabetes gestacional atendidas em unidade terciária do município de São Paulo.
Foram obtidos dados de pacientes com diabetes gestacional no período de janeiro a dezembro de 2014. As informações foram obtidas por meio de acesso aos prontuários eletrônicos e pelo contato telefônico. Seguindo os critérios de inclusão adotados, 132 pacientes foram elegíveis para o estudo. Para análise estatística dos dados, as pacientes foram divididas em dois grupos, segundo a informação de terem ou não amamentado. Foram utilizados os testest de Student, de Mann-Whitney, do χ2 e exato de Fisher, dependendo do tipo de variável analisada. Foram considerados estatisticamente significativos testes com p<0,05.
Das 132 pacientes incluídas no estudo, 114 amamentaram e 18 não amamentaram. Em ambos os grupos, houve um predomínio de pacientes na faixa do sobrepeso e/ou obesidade. As pacientes que amamentaram apresentaram índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional menor que as que não amamentaram (p=0,006). No grupo que não amamentou, a idade gestacional de introdução de insulina foi mais precoce (23.21±4.33 versus 28.84±6.17; (p=0,04) e o valor médio da glicemia de jejum do TTGp (91.3±8.7 versus 86.5±9.3; (p=0,01) foi maior do que o grupo que amamentou. A amamentação agiu como fator protetor para o desenvolvimento de intolerância à glicose no TTGp (OR=0,27; IC95% 0,09-0,8). Pela regressão logística, a amamentação mostrou-se ser fator protetor independente.
Houve relação estatisticamente significativa entre a amamentação e a diminuição do risco de desenvolver intolerância à glicose. Esse ato deve ser estimulado, visto que é uma intervenção efetiva de baixo custo e fácil acesso a todas as pacientes no puerpério.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2000;22(10):627-632
DOI 10.1590/S0100-72032000001000005
Objetivos: conhecer as características clínicas e bacteriológicas da mastite, classificação e tratamento. Métodos: as pacientes foram inquiridas sobre dados pessoais, pré-natal, atendimento no parto, no puerpério e quadro clínico. A mastite foi classificada pelos critérios de Vinha. Nos casos que evoluíram para abscesso, foi realizada análise bacteriológica, utilizando-se o meio de cultura caldo de enriquecimento Tryptone Soya Broth. Resultados: das 70 lactantes, 57% eram primíparas, 57% com idade entre 20 e 29 anos e 51% com 1º grau incompleto. A renda era menor que um salário mínimo em 63% dos casos. Exerciam atividade domiciliar sem apoio em 66% dos casos. Em 50%, as mamas não foram examinadas. No pré-natal não tiveram orientação sobre aleitamento e ordenha em respectivamente 50% e 58% dos casos. Em 63% o parto não foi em hospitais Amigos da Criança. Ocorreu ingurgitamento em 46% e fissura mamilar em 47% dos casos. Na classificação citada: 44% eram do tipo lobar, 39% ampolar e 17% glandular. No material de cultura houve crescimento de Staphylococcus aureus em 55%. Conclusões: fatores como baixa escolaridade, baixa renda, atividade familiar sem apoio, primiparidade e falta de orientação são fatores de risco para o aparecimento da mastite.