Resumo
. ;:266-271
Observar se o resultado proveniente de uma conização realizada após o diagnóstico de adenocarcinoma cervical in situ é compatível com a análise histopatológica da histerectomia.
A pesquisa foi descritiva e observacional e consistiu na análise de prontuário de 42 pacientes que tiveram o diagnóstico de adenocarcinoma in situ obtidas por conização. Foram analisados se havia compatibilidade entre os laudos de conização e histerectomia, margens do cone, se havia associação com outra patologia (doença escamosa) e interpretação de eventuais laudos histoquímicos obtidos. Além disso, também foram analisados dados clínico-epidemiológicos.
Foram realizadas 42 conizações, sendo 33 (79%) por cone clássico e 9 (21%) por cirurgia de alta frequência. Das pacientes analisadas, 5 (10%) não foram submetidas a histerectomia por desejarem manter a fertilidade ou por terem idade < 25 anos. Das 37 pacientes com adenocarcinoma in situ no exame prévio realizado e que foram submetidas à histerectomia posteriormente, 6 (16%) apresentaram doença residual após o procedimento cirúrgico, apresentando laudos do anatomopatológico pós-histerectomia incompatíveis com o achado na conização que atestava margens livres.
A prevalência do adenocarcinoma in situ vemaumentando cada vez mais. Ainda há uma grande parte da literatura que defende o uso do tratamento conservador para esta doença, mesmo sabendo que ela é uma doença multifocal e que pode estar presente mesmo em situações nas quais o anatomopatológico evidencie margens livres. Tendo em vista essas características, a maioria preconiza que a histerectomia continua a ser o tratamento preferencial nas mulheres que já completaram o seu intuito reprodutivo.
Resumo
. ;:410-416
Estimar o desempenho da citologia e colposcopia no diagnóstico das neoplasias cervicais.
Estudo retrospectivo de corte transversal com dados coletados em prontuários. Foram incluídas participantes que foram submetidas a colposcopia, biópsia e excisão quando necessário. A categorização da citologia e da colposcopia seguiram a terminologia de Bethesda e a classificação colposcópica internacional. Os desempenhos da citologia e colposcopia foram avaliados por análises de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN), com intervalos de confiança de 95% (IC 95%).
Das 1.571 participantes, um total de 1.154 (73,4%) foram diagnosticadas com neoplasia intraepitelial escamosa cervical de grau 2 ou mais grave (NIC 2+), 114 (7,2%) com adenocarcinoma in situ ou mais grave (AIS+), 615 (39,2%) apresentaram células escamosas atípicas de significado indeterminado, quando não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau ou mais grave (ASC-H+) e 934 (59,4%) tiveram achados colposcópicos maiores ou suspeitos de invasão. Os valores de S, E, VPP e VPN das ASCH + para o diagnóstico de NIC 2+ e AIS+ foram, respectivamente: 44% (IC 95%: 41-47) e 72% (IC 95%: 67-76), 79% (IC 95%: 77-81) e 79% (IC 95%: 75-83), 88% (IC 95%: 87-90) e 55% (IC 95%: 50-60) e 28% (IC 95%: 26-31) e 88% (IC 95%: 85-91). Os valores de S, E, VPP e VPN dos achados colposcópicos maiores ou suspeitos de invasão para o diagnóstico de NIC 2+ e AIS+ foram, respectivamente: 62% (IC 95%: 60-65) e 86% (IC 95%: 83-89), 59% (IC 95%: 57-62) e 59% (IC 95%: 55-64), 85% (IC 95%: 83-87) e 44% (IC 95%: 40-49) e 29% (IC 95%: 27-32) e 92% (IC 95%: 89-94).
Os resultados das análises de S de ASC-H+ e achados colposcópicos maiores ou suspeitos de invasão foram mais elevados para o diagnóstico das neoplasias glandulares. Esses resultados confirmam o papel da citologia na identificação de mulheres em risco que terão seus diagnósticos definidos por colposcopia e histologia.