Reclassificação pós-parto do estado glicêmico em mulheres com diabetes mellitus gestacional e fatores de risco associados - Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

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Reclassificação pós-parto do estado glicêmico em mulheres com diabetes mellitus gestacional e fatores de risco associados

Objetivo

Métodos

Coorte retrospectiva de 279 mulheres com DMG reavaliadas com um teste oral de tolerância à glicose (TOTG) após a gestação. Foram analisados fatores prognósticos da gestação índice e fatores de risco para o futuro desenvolvimento de pré-diabetes (GJA ou TDG) e DM2.

Resultados:

Diagnosticou-se DM2 em 34 pacientes (12,2%), GJA em 58 (20,8%) e TDG em 35 (12,5%). Mulheres que evoluíram para DM2 apresentaram maior frequência de história familiar de DM2, índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional mais elevado, menor idade gestacional, níveis superiores de glicemia de jejum e 2 horas após glicose no TOTG ao diagnóstico do DMG, hemoglobina glicada mais elevada, e uso mais frequente de insulina na gestação. História paterna de DM2 (odds ratio [OR] = 5,67; intervalo de confiança de 95% [IC95%] = 1,64-19,59; p = 0,006), glicemia de jejum do primeiro trimestre (OR = 1,07; IC95% = 1,03-1,11; p = 0,001) e o uso de insulina na gestação (OR = 15,92; IC95% = 5,54-45,71; p < 0,001) foram fatores de risco independentes para o desenvolvimento de DM2.

Conclusão

Houve elevada incidência de alterações no metabolismo da glicose em mulheres com DMG prévio. História familiar de DM2, IMC pré-gestacional elevado, DMG diagnosticado mais precocemente na gestação, com glicemias mais elevadas e necessidade de insulina, foram importantes fatores de risco associados à identificação precoce de mulheres com alto risco de desenvolvimento de DM2. Este conhecimento pode ser útil para o desenvolvimento de estratégias de prevenção.

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